Hospital em Ponta Grossa fecha dez leitos de UTI

Os ponta-grossenses perderam ontem dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que eram disponibilizados pelo Hospital Cidade. Esses leitos funcionavam com apoio e equipamentos da Secretaria Estadual de Sáude, que se mostrou surpresa com a decisão. E mais ainda, com a suposta afirmação da direção do hospital, de que o fechamento se deu, em parte, por problemas de pagamento pelo funcionamento, já que a secretaria garante que todos os valores produzidos e auditados pela Regional de Saúde de Ponta Grossa foram pagos.

"A direção havia dito para nós (da regional de saúde) que a decisão se baseava em motivos administrativos, incluindo o prazo dado pela vigilância sanitária para que algumas adaptações fossem feitas na unidade", afirmou a diretora da Regional, Lenir Monastirsky.

Como os leitos estão diretamente vinculados ao poder público, Lenir garante que a Regional está acompanhando de perto o caso e mantendo contato direto com o diretor-administrativo do hospital, Reynaldo Ribeiro Neiva. Ao que parece, houve um mal-entendido quanto à justificativa para a suspensão dos leitos, que pode durar de 12 a 24 meses. A grande questão apontada pelo diretor do hospital não está no atraso no repasse da verba, mas sim na quantia que é destinada à manutenção dos leitos.

Mesmo com a ajuda do governo do Estado, o hospital tem um prejuízo de R$ 50 mil por mês para manter os leitos em funcionamento. Especula-se que a intenção da direção do hospital é reestruturar o setor, de modo que seja possível pleitear um repasse também do Ministério da Saúde.

Enquanto o funcionamento dos leitos da UTI do Cidade estiver suspenso, os pacientes que necessitarem de terapia intensiva serão encaminhados para os hospitais Bom Jesus, Santa Casa e Vicentino. Ontem, apenas dois pacientes estavam internados na UTI do Hospital Cidade e a informação é de que eles permanecerão lá até que se recuperem. O que estará vetado são novas internações.

Defesa

Apesar do problema de UTIs no Estado existir, a Secretaria Estadual de Saúde cita que o Paraná tem uma das melhores coberturas do País, próxima de 5% – a média nacional é de 3%. Segundo o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, mais de um terço dos leitos das Unidades de Terapias Intensivas (UTI) existentes hoje no Estado foram credenciados ou reclassificados pelo Ministério da Saúde por intermédio do governo do Paraná. A ação possibilitou a disponibilização de 929 leitos credenciados ou reclassificados em todo o Paraná, somados aos 103 leitos particulares.

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