Hospital de Foz voltado à humanização

O Hospital Monsenhor Guilherme, da Santa Casa de Misericórdia de Foz do Iguaçu, encontrou na humanização a principal ferramenta para uma administração eficiente e que traz bons resultados no atendimento aos pacientes. Referência no atendimento para gestantes de alto risco e seus bebês, a UTI neonatal é mantida com recursos do próprio hospital e verba da Secretaria Municipal de Saúde correspondente a quatro leitos de UTI e oito leitos de cuidados intermediários.

De acordo com o diretor administrativo, Cristian Tassi, o repasse da prefeitura foi decisivo para a continuidade do serviço. Os custos de manutenção são em média de R$ 500 por dia, por paciente. Para manter a unidade em funcionamento, o gasto mensal chega a R$ 100 mil e os recursos do SUS não cobrem todo esse valor. “O tratamento e manutenção de unidades para prematuros têm custo elevado, mas a filosofia é oferecer todos os recursos para salvar vidas”, afirma Tassi.

Apesar da verba recebida ainda não ser adequada para o volume do hospital, a Santa Casa está equipada com aparelhos de suporte para a UTI neonatal. Além dos equipamentos, o hospital também está investindo em campanhas educativas, como incentivo à doação de leite, medicina preventiva e aprimoramento da assistência no alojamento conjunto – sistema hospitalar em que o bebê sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe até receber alta e no centro cirúrgico obstétrico. Atualmente chegam a ser realizados 300 partos por mês, dos quais 10% são de bebês prematuros.

O foco na humanização hospitalar, priorizada desde o fim do período de intervenção pela administração, tem resultado em índices de sucesso comparáveis aos de cidades com hospitais universitários, como é o caso de Londrina e Cascavel. As estatísticas nacionais revelam que sem a UTI neonatal, em média 85% dos prematuros morrem. Com o serviço, o índice de mortalidade registrado no hospital é de 14,3%. Segundo o pediatra Orígenes José Capellani, responsável pela Unidade Neonatal, esse índice é conseqüência da dedicação e empenho da equipe multidisciplinar que há três anos vem trabalhando no projeto. “Embora a ajuda de custeio municipal seja recente, o serviço vinha sendo mantido com recursos da própria Santa Casa. Os funcionários são experientes e capacitados para fazer o atendimento na UTI neonatal.”

Alto risco

Outro modelo de gestão adotado pela Santa Casa é o atendimento à gestante de alto risco feito pela equipe de obstetrícia. O médico obstetra e especialista em gestação de alto risco, Ali Bakri, explica que uma gestação pode tornar-se uma gravidez de alto risco por várias razões, por exemplo, se a paciente for adolescente, estiver grávida do primeiro filho acima dos 35 anos de idade ou se tiver doenças como pressão alta, hipertireoidismo, diabetes, aids, entre outras. O obstetra esclarece, porém, que nem todos os fatores dependem das condições de vida ou do comportamento da mulher. Um deles é quando a paciente está grávida de gêmeos. Ela entra no grupo de gestação de alto risco, pois pode ter anemia, pressão alta e outros problemas que podem provocar um parto prematuro ou bebês pequenos e fracos. “Em caso de gestação de alto risco é fundamental ter um acompanhamento mais rigoroso”, alerta.

As consultas de pré-natal são a cada 15 dias e em todas elas é feito o exame de ultra-som. Os casos de gestação de alto risco são atendidos no Poliambulatório do bairro Porto Meira e os partos são realizados na Santa Casa. “É grande o número de pacientes não só de Foz do Iguaçu, mas de cidades vizinhas que fazem o parto aqui. Elas recorrem à Santa Casa porque sabem que serão bem atendidas”, diz.

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