A falta de vagas numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) causou a morte de um homem, na madrugada de ontem, em Paranavaí, no Noroeste do Estado. Leonildo Alves Barbosa sofreu traumatismo craniano na tarde de segunda-feira, após cair do telhado de sua casa, enquanto limpava a calha.
Logo depois do acidente, ele foi levado para o Pronto-Atendimento Municipal e recebeu os primeiros-socorros. Como se tratava de uma lesão grave, o atendimento deveria ser realizado por um neurocirurgião. No entanto, o município não dispunha de um profissional para atender essa especialidade. A única opção era a transferência do paciente para uma UTI de outro hospital do Estado.
Para isso, a Central de Leitos foi acionada, e a procura foi iniciada. Com a demora, no entanto, o quadro do paciente se complicou e, depois de 12 horas de espera, ele não resistiu e morreu. O caso foi isolado, mas desperta a preocupação da população, que não dispõe de atendimento de profissional especializado.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a regional de Paranavaí informou que a situação do paciente quando chegou ao Pronto-Atendimento era grave, e que o deslocamento para outra cidade seria complicado. A assessoria de imprensa da Sesa também explicou que, normalmente, nos casos mais graves, os pacientes da região são transferidos para Maringá ou Londrina, pela proximidade das cidades. Mas, nesse caso, nenhuma unidade tinha UTI disponível, e quando a vaga surgiu já era tarde demais.
Projeto
Em julho deste ano, o governo liberou R$ 2,32 milhões para a reforma da Santa Casa de Paranavaí e para a construção do Hospital Regional da cidade. Além dos novos leitos de atendimento, a previsão é de que, com a reforma, o número de UTIs passe de sete para onze. Cerca de 300 mil habitantes da região dependem do atendimento na Santa Casa. No caso dos procedimentos especializados, Maringá e Londrina são os centros mais próximos que oferecem o serviço. O início das atividades do Hospital Regional está previsto para o segundo semestre do ano que vem.