Há vagas para deficientes capacitados

As empresas que possuem mais de 100 funcionários são obrigadas a contratar até 5% de funcionários com algum tipo de deficiência. A chamada Lei de Cotas do governo federal prevê multas que podem chegar a até R$ 5 mil por dia por posto de trabalho não preenchido. Porém, muitas vezes os empregadores não conseguem preencher as cotas pela falta de mão-de-obra capacitada ou pela dificuldade de localizar esses trabalhadores.

Para tentar equacionar essas dificuldades e servir como uma ponte entre trabalhadores e empresários, foi criada este ano em Curitiba a Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu). A entidade é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), que tem como proposta ser um espaço democrático para discussão, capacitação, integração e aproximação das pessoas, empresas, entidades e governos. A Unilehu foi proposta inicialmente pela Electrolux do Brasil – com o apoio da organização não governamental Dharma Associação de Capacitação Social – já que a empresa esbarrou na dificuldade de se enquadrar na lei.

De acordo com a representante a Unilehu, Andréa Koppe, atualmente nove empresas são associadas e mantenedoras da entidade – Renault, Volvo, Bosch, TIM, Brasil Telecom, Dom Bosco, Grupo Positivo, Nutrimental e Paraná Clínicas -, e juntas possuem 740 vagas para portadores de deficiência não preenchidas. “A proposta da Unilehu é localizar e capacitar as pessoas para que possamos atender a essa demanda”, comentou. Andréa disse ainda que a entidade quer encontrar soluções em conjunto para a adaptação e acessibilidade, trabalhando ainda o preconceito dos trabalhadores: “Queremos cumprir a lei de cotas. Mas o objetivo principal é transpor o legal e chegar na responsabilidade social”.

Para a psicóloga do Centro Especializado de Habilitação Profissional Mercedes Stresser – que prepara deficientes mentais para o mercado de trabalho -, Lígia Rebolho, a universidade será um bom caminho para tentar atingir os setores que atuam na área, mas, principalmente, a sensibilização dos empresários. “Ninguém está pedindo nada de diferente para o empresário, mas apenas que conheça o potencial dessas pessoas”, resumiu.

Fórum

A Universidade Livre para a Eficiência Humana abriu ontem na capital o I Fórum da Unilehu. O evento, que termina hoje, está discutindo as principais dificuldades para a inclusão dos portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho. Através de palestras e oficinas, os participantes deverão levantar as demandas do setor para que nos próximos dias 8 e 9 de novembro seja elaborado um planejamento estratégico de ações para os anos de 2005 e 2006.

Serviço – Quem quiser mais informações sobre a universidade pode entrar em contato com o e-mail

uni.eficienciahumana@electrolux.com.br.

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