Guardadores de carros formalizam associação

Centenas de flanelinhas devem se reunir hoje durante a assembleia geral que vai oficializar a Associação dos Guardadores de Carros da Região Sul de Curitiba. Além de cadastrar os flanelinhas de toda essa área da capital, o órgão prevê a formalização de parcerias com empresas e instituições públicas com o objetivo de oferecer melhores condições de trabalho e serviços assistenciais aos cuidadores. A assembleia está marcada para as 19h30, no Auditório 2 da Rua da Cidadania do Carmo.

De acordo com a presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do Boqueirão, Suerli Nunez, o projeto que prevê a criação da associação já existe há cinco anos. Já existem cerca de 180 trabalhadores cadastrados.

A maior parte deles atua na Avenida Marechal Floriano Peixoto e nas vias transversais. Suerli conta que todos os cadastrados trabalham com coletes personalizados e carregam uma carteira de identificação da associação. “Se um flanelinha ficar doente, ele não tem a quem recorrer. Por isso, a intenção é conseguir assistência de saúde por meio de parcerias com empresas da região”, explica.

A presidente do conselho ressalta que, como são trabalhadores de baixa renda (os rendimentos individuais variam entre R$ 300 e R$ 350), os flanelinhas carecem de um órgão com legitimidade para terem acesso às políticas públicas. A presidente do Conseg do Boqueirão acredita, no entanto, que a associação também poderá buscar cursos de capacitação.

A criação da associação animou o associado mais antigo, Raimundo Luiz da Cruz Moraes da Silva. Para ele, o uso do uniforme dá crédito ao flanelinha diante do cliente. “A ideia é acabar com aquela imagem de guardador de carros descamisado, bêbado e sem compromisso com o ‘patrão’”, afirma.

Para Cléberson Ferreira Salles, a identificação de cuidadores de carros associados pode otimizar inclusive o rendimento dos trabalhadores. “Hoje, 25% das pessoas não paga o flanelinha. Existe ainda muita discriminação”, diz.

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