Grevistas do HC e UFPR voltam terça ao trabalho

Servidores do Hospital de Clínicas (HC) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveram em assembléia, realizada na manhã de ontem, voltar às atividades na próxima terça-feira. Eles continuam discordando do texto da reforma da Previdência, mas aceitaram a proposta do governo federal de reajuste de 15%, concedido em três parcelas. Os salários estavam congelados há 8 anos. Nestes 55 dias de paralisação houve uma redução de 40% no número de cirurgias no HC e alguns serviços na UFPR ficaram paralisados.

O presidente do Sinditest (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3.º Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná), Antônio Neris de Souza, afirma que a categoria não está contente com os termos da reforma, mas não havia mais nada a ser feito já que o projeto chegou ao Senado. A única saída era aceitar a proposta de reajuste. Vão receber 5% em dezembro deste ano e mais duas parcelas com o mesmo percentual em novembro e dezembro de 2004. Eles também vão ter reajuste de 87% no vale-alimentação, que estava congelado há mais de 10 anos, e acumulava 170% de defasagem. Este ano o aumento será de 33% e no ano que vem recebem o restante.

Neris comenta que na última quinta-feira à noite, a Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Universidades Brasileiras), que representa 150 mil trabalhadores no País, decidiu acabar com a greve e repassou a proposta para os sindicatos regionais. Eles pretendem voltar ao trabalho só na terça-feira porque o governo pediu um prazo de cinco dias para assinar os termos da proposta. “Só voltamos depois da assinatura”, afirma Neris. Na segunda-feira será realizada nova assembléia.

Durante a paralisação houve uma redução de 40% nas cirurgias. Dos 2 mil servidores só cem aderiram ao movimento, mas um percentual expressivo trabalhava no centro cirúrgico. Diariamente eram realizados entre 45 e cinqüenta procedimentos, o número baixou para 25. O HC estava priorizando as cirurgias de emergência e os casos mais urgentes. As demais estavam sendo remarcadas. Também houve redução no número de internamentos.

Na UFPR os professores não aderiram ao movimento e as aulas continuaram normalmente. Mas outros setores tiveram as atividades paralisadas. Entre elas, a Imprensa Universitária, o Restaurante, a Central de Transportes e o Centro de Atendimento à Saúde dos Funcionários, Servidores e Alunos.

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