Grevistas acusam HC de divulgar informações falsas

Servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em greve desde o início da semana, realizaram ontem pela manhã um protesto no hall do prédio da administração do Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba. Eles queriam que integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest) pudessem participar de uma entrevista coletiva que estava sendo fornecida à imprensa pelo diretor-geral do HC, Giovanni Loddo.

A alegação dos manifestantes era de que a diretoria do hospital estaria fornecendo informações falsas às televisões, rádios e jornais impressos. As inverdades seriam a respeito dos atendimentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição e do cancelamento de cirurgias verificado desde o início da greve. Proibidos de entrar na coletiva, os servidores ficaram gritando palavras de protesto.

Do lado de dentro, Loddo criticava a atitude dos servidores e mais uma vez dizia que a greve está comprometendo áreas críticas do HC. ?O sindicato tem direito de fazer greve, mas não de afetar setores críticos dentro do hospital e de colocar em risco a vida de pacientes. Com a paralisação, os servidores não estão prejudicando o governo nem a diretoria do hospital, mas a população carente que busca atendimento?, afirmou.

Segundo Loddo, em função da greve, o HC continua realizando, em média, quatorze cirurgias por dia, quando o normal são quarenta. O diretor reforçou a informação de que leitos de UTI podem ser desativados porque apenas 50% dos funcionários estão trabalhando e confirmou que alertou o Ministério Público Federal (MPF) sobre a situação. ?As atitudes dos grevistas não condizem com as de trabalhadores de unidades de saúde. Para evitar que pessoas deixem de ser atendidas, não temos muito o que fazer, a não ser pedir à Prefeitura que não nos encaminhe novos pacientes.?

Sinditest

Ao fim da coletiva, os jornalistas participantes foram abordados por integrantes do Sinditest. Eles afirmaram que o HC sempre está em situação crítica, e não apenas em períodos de greve. ?Estamos mantendo na UTI a mesma quantidade reduzida de funcionários que trabalham nos finais de semana. Nenhum caso de emergência deixará de ser atendido. Quanto às cirurgias, a diretoria do hospital não comenta com a imprensa que, todos os meses, muitas deixam de ser realizadas por falta de equipamentos. Só no mês passado, quando não havia greve, foram vinte cancelamentos?, disse o presidente do Sinditest, José Carlos Belotto.

Setores são atingidos na UFPR

Elizangela Wroniski

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), a paralisação dos servidores atingiu os restaurantes universitários, bibliotecas e central de transporte. Segundo a vice-reitora da instituição, Márcia Mendonça, a cada dia que passa vem aumentando a adesão dos servidores técnico-administrativos.

Os reflexos da paralisação já estão sendo observados. Sem o transporte, os malotes com documentos ficam parados e as aulas em campo inviabilizadas.

Além disso, as unidades administrativas estão apresentado problemas devido à falta de trabalhadores. Tudo o que é feito na instituição, como a compra de materiais e pagamentos, precisa passar por estes setores. O comando de ética da greve só vem liberando os documentos considerados essenciais.

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