Greve dos vigilantes pode afetar bancos

Os vigilantes patrimoniais do Paraná estão de braços cruzados desde a zero hora de hoje. A categoria, composta por cerca de 22,6 mil pessoas (6,5 mil em atividade em Curitiba), decidiu parar porque não conseguiu negociar melhores condições salariais com os patrões.

O serviço bancário pode ser afetado. “Nossa data-base é dia 1.º de fevereiro, mas até agora tivemos apenas dois encontros com representantes patronais e, depois do segundo, eles disseram que não iriam mais negociar. Estão se mostrando intransigentes e a solução que encontramos foi a greve”, diz o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Paraná, João Soares.

Segundo ele, os patrões ofereceram à categoria reajuste salarial de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 1% de aumento no adicional de risco de vida, que atualmente é de 10%. “Além do INPC, queremos 5% de aumento no adicional de risco. O que está sendo oferecido é muito pouco”, reclama.

A greve dos vigilantes deve afetar, entre outros, os setores da indústria, comércio, órgãos públicos e privados e o sistema financeiro, como por exemplo bancos e cooperativas de crédito.

Com a paralisação, há risco de algumas agências bancárias não poderem funcionar, pois de acordo com a legislação, a abertura das mesmas não é permitida sem a presença de pelo menos dois vigilantes.

No Estado, são cerca de 7 mil vigilantes que atuam no setor financeiro. “Eles estão insatisfeitos com as condições de trabalho e já se posicionaram a favor da greve, dizendo que não vão trabalhar a partir de amanhã (hoje). Se a promessa for cumprida, muitas das 1.337 agências bancárias do Paraná podem ficar sem funcionar”, afirma Soares.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Otávio Dias, confirma que, se não houver trabalhadores suficientes, as agências devem permanecer fechadas.

“É uma medida para garantir a segurança dos bancários e clientes das agências. Se alguma unidade sem número suficiente de vigilantes, vamos exigir o fechamento”.