Em uma assembléia realizada ontem pela manhã, o comando de greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiu orientar os funcionários em greve desde o dia 28 de maio a voltar ao trabalho, no Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba. O retorno já começou ontem.
O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, cumprindo uma determinação judicial que ordenou o fim da greve, havia ameaçado, na segunda-feira, iniciar processos administrativos contra os funcionários que faltassem nas áreas de urgência e emergência do HC, o que poderia culminar até mesmo em demissões. ?Entendo as reivindicações e as acho justas, mas não posso permitir que os faltantes ponham em risco a população?, disse Moreira.
O ponto desses funcionários já havia sido cortado na última terça-feira, quando o número de ausências chegou a 93, sendo 23 em áreas críticas, como UTIs e pronto-atendimento. Ontem à tarde, apenas três ainda estavam paralisados. O reitor completou que, caso as áreas de emergência voltem ao trabalho, ninguém sofrerá sanções administrativas.
A decisão de ontem, porém, não significa o fim da greve dos servidores da UFPR, pois a orientação para voltar ao trabalho é apenas para funcionários do HC. Outros setores, como o Restaurante Universitário e departamentos dos cursos, permanecerão com atividades paralisadas.
Funcionários técnico-administrativos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) dos campi de Curitiba e Campo Mourão também estão paralisados desde o dia 4.
Os servidores aderiram a um movimento promovido pela Federação de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) com reivindicações relacionadas a medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), à Emenda 3, reposição salarial desde 2004 e melhorias nas condições de trabalho. Uma reunião entre Ministério do Planejamento, Ministério da Educação e Fasubra hoje, terá apresentação de uma proposta de cargos e salários para a categoria.
Festival garantido
A pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFPR, que organiza o 17.º Festival de Inverno de Antonina, previsto para a segunda semana de julho, fez uma solicitação à comissão de ética do comando grevista para que os funcionários responsáveis pelo transporte do material necessário para o evento façam o serviço. ?O festival está garantido. Já começamos as inscrições, os contratos estão assinados e a programação está fechada. Só esperamos os grevistas se sensibilizarem e garantirem o transporte do material?, afirma a coordenadora de oficinas do festival, Lais Umrakami.