Castigo aos produtores

Geada na região de Curitiba causou prejuízo na lavoura

A forte geada que atingiu boa parte do Paraná ontem -e deve se repetir até o fim de semana -vai pesar no bolso do consumidor. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab) ainda não tem estimativa financeira das perdas nas lavouras. Mas já prevê aumentos de preços, principalmente nas hortaliças, milho, trigo e café.

Curitiba, região e litoral respondem por um terço da produção estadual de hortaliças, que sofreram com a geada. Segundo o Deral, produtos em fase inicial de desenvolvimento, como repolho, couve-flor, rúcula, beterraba e cenoura foram os mais afetados. As temperaturas baixas comprometem o crescimento, o que pode atrasar a chegada desses produtos no prato do paranaense.

Para ter ideia do impacto real no bolso do consumidor, o Deral precisa fazer o levantamento de, no mínimo, sete dias. Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, “as primeiras informações dizem que a geada foi no grau de moderado a forte, mas ainda estamos pegando os relatos dos técnicos”. Na manhã de hoje, os técnicos do órgão estarão visitando propriedades em municípios atingidos pela geada para verificar a dimensão dos prejuízos. O economista está mais preocupado com os reflexos do frio nas culturas de trigo e milho. Os técnicos do Deral alertam que o consumidor é o regulador de preço e que, se perceber valor alto, pode consumir outros alimentos.

Cinturão verde

De acordo com coordenador estadual de olericultura da Emater, Iniberto Hammerschmidt, agricultores que cultivam hortaliças em Curitiba e região receberam recomendações para não sofrerem no frio. “O agricultor que segue as orientações faz a cobertura das plantas. Já os agricultores que não fazem a prevenção terão todas as plantas prejudicadas, podendo ter perda quase total”. Com a quebra na produção, a oferta será menor e vai aumentar o custo no supermercado.