Funcionários do Serpro cruzam os braços

Cerca de 200 funcionários do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), no Paraná, estão de braços cruzados desde o final da tarde de quarta-feira. A greve, que não tem data para terminar, está sendo realizada por conta das discordâncias firmadas pela data-base da categoria, em maio. Além do Paraná, outros dez estados então engajados na greve, que mobilizou nacionalmente 11 mil trabalhadores. O Serpro abrange mais de 11 mil empregados e é a maior empresa de tecnologia de informática da América Latina.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Tecnologia da Informação do Paraná (Sindpd/PR), Julio Cesar Justi, os trabalhadores de todo o Estado estão indignados com a postura do Serpro. “Nossa data-base é em maio. Todas as demais empresas tiveram reajuste real em cima da inflação, apenas o Serpro e a Dataprevi (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) ainda não tiveram seus acordos estabelecidos. Foram mais de dez reuniões com a empresa, mas todas sem posicionamentos que beneficiassem os trabalhadores”, diz. “Todas as empresas deram reajustes reais de 6% a 7,13% aos seus funcionários, não entendemos porque isso não aconteceu com a nossa categoria”, questiona.

Por outro lado, segundo Justi, o Serpro oferece 5,53% de reajuste retroativo a maio de 2009; abono de R$ 1 mil a ser pago em fevereiro de 2010; 5,50% em maio de 2010, acordo válido para dois anos e desconto dos dias paralisados em dinheiro. “Por isso estamos indignados. A posição da estatal é absurda. Não podemos aceitar isso”, desabafa.

As negociações começaram em março, quando a categoria pedia um reajuste de 16%, que posteriormente foi reduzido para 8,53%; o percentual corresponde à inflação e mais 3% de ganho real. Além disso, o sindicato pedia um abono de R$ 3 mil; 11,29% de reajuste no vale-refeição. O acordo seria válido por um ano e, ainda, não haveria descontos pelos dias paralisados. Por conta das reivindicações, Justi afirma que a categoria permanecerá em greve até que as estatais apresentem uma posição menos prejudicial aos trabalhadores.

A reportagem de O Estado questionou o Serpro sobre todas as reivindicações apresentadas pelos grevistas, mas a direção da empresa afirmou, por meio de sua assessoria, que está aberta a negociações, mesmo não tendo uma nova proposta. Ainda não há data definida para uma nova assembleia.