Funcionários de creches fazem paralisação

Os trabalhadores que fazem a limpeza dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis) e de outros órgãos da Prefeitura de Curitiba e do governo do Estado devem voltar ao trabalho hoje. Ontem, eles pararam as suas atividades para exigir o pagamento dos salários e de benefícios referentes ao mês de fevereiro, que estavam atrasados. A empresa responsável pelo serviço, a EBV Limpeza, Conservação e Serviços Especializados, prometeu pagar os vencimentos de parte da categoria hoje e o do restante na próxima quinta-feira. Se isso não ocorrer, a greve será mantida.

Parte dos funcionários da EBV fez uma manifestação ontem pela manhã em frente à empresa. Eles alegam que estão recebendo os salários e os valores do vale-transporte e do vale-alimentação com dias de atraso desde outubro do ano passado. Neste mês, o dinheiro deveria ter sido depositado no quinto dia útil. No entanto, até segunda-feira, o pagamento não foi realizado.

Com isso, os funcionários decidiram paralisar os serviços. Ontem à tarde, uma comissão de negociação se reuniu com a empresa e conseguiu alguns avanços. A empresa prometeu que o salário dos 370 funcionários que trabalham para a Prefeitura seria depositado ontem à noite. Os demais, entre eles 100 da Secretaria de Estado da Saúde que atuam em Curitiba e outros mil no interior do Estado, deveriam receber 65% dos salários na próxima quinta-feira, pois a empresa já havia depositado 35%. O vale-refeição também seria entregue na quinta. O vale-transporte foi pago na última segunda. Os trabalhadores também conseguiram estabilidade de 90 dias para os grevistas e o pagamento do dia de paralisação.

Mas se o acordo não for cumprido, o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba, Manassés Oliveira, diz que a categoria vai voltar a cruzar os braços e entrar na Justiça para bloquear o dinheiro que a empresa recebe da Prefeitura e dos demais órgãos.

Segundo a Prefeitura de Curitiba, ontem faltaram funcionários de seis Cemeis, mas o atendimento não foi prejudicado porque foram remanejadas pessoas de outros postos. Além disso, a Prefeitura também intimou a empresa para pagar os terceirizados. A assessoria de imprensa da Sesa não informou se os serviços foram prejudicados.

A funcionária Eva Iachinski estava indignada com a situação. Ela recebeu parte do dinheiro, mas o valor já foi usado na quitação de uma das parcelas de um empréstimo que fez por causa dos atrasos. ?Nós queremos respeito. A situação está muito difícil porque estamos sem nada. Ainda tive um pouco depositado, mas a maioria não recebeu nada do salário deste mês?, afirma.

A funcionária Nelci Aparecida Jungles, que presta serviço em uma creche, mostrou as mãos danificadas por causa do trabalho. Ela conta que os funcionários se esforçam no emprego e ficam indignados de não terem o salário no início do mês, o que seria um desrespeito por parte da empresa.

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