Formandos deixam de buscar diplomas

Quem entra na faculdade faz o máximo de esforço para concluir os estudos e conquistar o tão sonhado diploma, comprovação de que a pessoa realmente passou pela graduação. Mas nem sempre aqueles que terminam seus cursos buscam o documento. Esquecimento, mudança de cidade e inadimplência com a instituição de ensino são os principais motivos pelos quais os formados deixam seus diplomas nas faculdades e universidades.

O economista Marco Antônio Di Sisti se formou pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (Fesp) no final de 1999. Somente quatro anos depois, ele foi até a instituição pegar seu diploma. "Acabei deixando de lado porque não ia precisar dele naquele momento. Passaram estes anos todos e percebei que deveria pegá-lo. Peguei mais por conveniência e satisfação, porque não precisava apresentá-lo onde trabalho", afirma.

Muitos não tomam a mesma atitude de Marco Antônio. O professor Edison Luiz, da coordenação de marketing da Fesp, informa que a instituição guarda 562 diplomas, esquecidos por seus donos até o início de 2004. O mais antigo é de 1974. Segundo ele, as pessoas que pegam o documento tardiamente apontam a falta de necessidade da apresentação do diploma no trabalho, desinteresse e valores cobrados para a liberação do documento como principais razões para o esquecimento. "Estes precisam tomar consciência de que o diploma representa a valorização da profissão que escolheu. Na Fesp, retirar o diploma custa R$ 108 (taxas administrativas, de registro e confecção do diploma), em média.

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) possui 120 diplomas em seu arquivo. Para a pró-reitora de graduação da instituição, professora Neuza Aparecida Ramos, a documentação incompleta do formado também é um dos motivos para o esquecimento. "Pedimos os documentos durante todo o curso para o aluno e não somos atendidos. Às vezes, o diploma nem é confeccionado. Em outras ocasiões, ele existe, mas não pode ser liberado sem que a pessoa regularize esta situação", revela.

Neuza explica que a inadimplência com a universidade é outra razão para que os diplomas não sejam retirados. "Aqueles que estão em situação de inadimplência nem vêm procurar o diploma. A situação dessas pessoas pode ser negociada", ressalta. Na PUCPR, o aluno não tem nenhum custo para retirar seu diploma.

O setor de diplomas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) não sabe ao certo quantos diplomas estão guardados na instituição, pois eles ficam nas coordenações dos cursos. O diretor da unidade, Erivaldo Ferreira Taveira, comenta que os documentos ficam esquecidos até que algum aviso ou notícia sobre diplomas saia na imprensa. "Um dia, saiu uma matéria sobre diplomas e a senhora veio pegar o diploma do pai, já falecido, formado em 1967", observa. A UFPR não cobra nada pela emissão do diploma. (JC)

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