Formada primeira índia de cotas sociais da UEM

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) formou, no último dia 1.º, a primeira aluna que ingressou na instituição pelas cotas indígenas. Joelma Lourenço Piraí, índia guarani, formou-se no curso de Pedagogia e agora pretende especializar-se e dar aulas em aldeias indígenas. Ela entrou na UEM em 2004 e estava entre os 20 indígenas que estudam na universidade. Em 2008 a instituição vai receber mais seis índios.

?As cotas foram criadas em 2001 e começaram em 2002. No primeiro vestibular eu não tentei e no segundo não passei. Entrei em 2004. Eu quero ajudar as aldeias indígenas, que precisam muito de professores?, contou Joelma. A índia recém-formada pretende agora fazer um ano de especialização em gestão em educação antes de lecionar em tribos paranaenses. Ela é oriunda da aldeia Apucaraninha, no norte do Estado, e mudou-se para Maringá junto com o marido para cursar a universidade.

Joelma contou que teve algumas dificuldades no curso por causa da formação que teve nos ensinos fundamental e médio. Ela sempre estudou em escolas públicas. ?O maior problema era interpretação de texto?, lembrou. A professora do Departamento de História da UEM e responsável pelo vestibular indígena na instituição, Isabel Rodrigues, afirma que essa dificuldade é comum entre os indígenas e por isso a UEM criou um grupo de acompanhamento para eles fora das salas de aula. ?Esses estudantes fazem parte de etnias específicas, têm a língua materna diferente e vieram de escolas públicas. Têm uma formação básica precária?, explicou.

A UEM tem atualmente 20 índios matriculados e outros seis vão ingressar neste ano letivo. Uma lei estadual de 2001 abriu as cotas para eles nas universidades estaduais. No Paraná estão disponíveis 42 vagas nas sete universidades e mais sete vagas ofertadas pela Universidade Federal do Paraná. Eles fazem um vestibular específico e podem optar pelo curso que quiserem. Isabel explicou que não existem planos de ampliação das vagas, mas ressaltou que a lei original previa três vagas por universidade e que hoje já aumentou para seis. ?Mas temos um projeto de criação de vagas para pós-graduação?, contou.

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