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Famílias esperam por transferência pra conjunto

A expectativa de morar em uma casa nova e regularizada brilha nos olhos de casa Elizângela da Silva Erdmann, de 36 anos. Ela, o marido Reinaldo e quatro filhos formam uma das 117 famílias que vivem nas margens do Rio Atuba, no Bairro Alto, que devem ser transferidas ainda este ano para o conjunto habitacional Moradias Jardim Alegre, no Santa Cândida.

A pequena distância do rio, que passa a poucos metros de uma das paredes da pequena residência, deixa claro que a área é de risco. Mas a situação da família de Elizângela já foi ainda pior. Há dois anos, ela foi despejada de uma casa ainda mais ameaçada pela água, onde morou por mais de uma década, e instalada provisoriamente no novo endereço pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).

Marco Andre Lima
Casas serão desocupadas.

Apesar de mais seguro, o endereço atual ainda está longe de ser apropriado. “Aqui nunca entrou água do rio. O problema é a água da chuva, que desce da rua e alaga tudo”, conta Elizângela. Além da correnteza do Atuba no quintal, a família convive com muito lixo.

Depois de toda uma vida sem a segurança de um imóvel próprio e regularizado, Elizângela está ansiosa pela mudança para um lar definitivo. “O sentimento é de esperança. Agora, de lá ninguém me tira”, comemora. A nova casa, com água encanada e rua asfaltada, não será de graça. “A prestação deve ser de uns R$ 60. É baratinho”, avalia.

Algumas famílias preferem esperar um pouco mais pela mudança. “Pedi para mudar com o próximo grupo, no ano que vem. É por causa das crianças, que ficariam longe da escola”, diz Maria Luiza dos Santos, 60, que mora às margens do rio com oito netos.

Segundo a Cohab, 415 famílias que vivem nas vilas Higienópolis e Paraíso serão reassentadas. Já foram transferidas 173 famílias e das 242 unidades que faltam para completar a ocupação do empreendimento, 117 estão em obras, enquanto 125 estão em processo de licitação.

Marco Andre Lima
Escola vai adiar mudança de Maria Luiza.