Falta heliponto nos hospitais do Estado

Vítimas de acidentes em rodovias e pacientes em situação grave podem ser transportados pelo helicóptero usado em parceria pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para hospitais e centros médicos.

Em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, o helicóptero pousa em um campo dentro do quartel do Corpo de Bombeiros da cidade, devido à ausência de um heliponto, local apropriado para isso. Com o aumento de leitos nos hospitais da cidade, já é verificado um crescimento no fluxo de transporte de pacientes por helicóptero.

Quando o helicóptero se desloca para Campo Largo, os pacientes são encaminhados posteriormente para o Hospital Nossa Senhora do Rocio e o Centro de Urgências Médicas. Esses dois locais ficam muito próximos do campo onde a aeronave pousa.

O translado até a unidade médica é feito por uma ambulância. Perto do campo também está o Hospital Infantil Regional, em obras já em fase de conclusão. Em março deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou que a unidade estaria funcionando ainda em setembro.

O cabo Aristeu Gabriel, do Corpo de Bombeiros de Campo Largo, confirma a situação. “Muitas vezes, tem vaga para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) apenas aqui em Campo Largo. Vêm pacientes de diversos locais. Já tentaram pousar em um campo de futebol em outro local de Campo Largo, mas não deu certo”, conta Gabriel, revelando que houve três pousos no mês passado.

Apesar de o Samu atender apenas em Curitiba, Campo Largo e São José dos Pinhais, o helicóptero transporta pacientes de toda a Região Metropolitana de Curitiba e litoral do Estado.

A necessidade de utilização é avaliada pelos médicos do Samu e de outros atendimentos de urgência e emergência. A prioridade é para as vítimas de acidentes em rodovias.

Além do campo do Corpo de Bombeiros em Campo Largo, o helicóptero faz pousos em outro local inadequado: o terreno do antigo Clube Juventus, no bairro Batel, em Curitiba. Isso acontece quando o paciente precisa ser encaminhado ao Hospital Evangélico.

Outros lugares utilizados para pousos são o Parque Barigüi e o quartel do Exército no bairro Pinheirinho, segundo o diretor do Sistema de Urgências e Emergências de Curitiba (responsável pelo Samu), Matheos Chomatas. “Todo local que não for um heliponto configura situação precária”, comenta.

De acordo com ele, é necessário dispor de uma área de 100 metros quadrados para o pouso, relativamente isolada, por questões de segurança. “Como muitos dos nossos hospitais são antigos, eles não foram pensados para isso”, esclarece.

A assessoria de imprensa da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Fehospar) confirmou a situação, mas informou que não há obrigatoriedade para a construção deste espaço específico.

Áreas de pouso em construção

Anderson Tozato
Matheos Chomatas: helipontos no Trabalhador e Evangélico.

Os helipontos disponíveis hoje para o Samu são o do Hospital Angelina Caron (em Campina Grande do Sul), do Hospital Vita da BR-116 e do Estação Embratel Convention Center. Um heliponto será construído no Hospital do Trabalhador.

“O edital deve sair em agosto. Aí, será uma questão apenas de obra. No Evangélico, está em obras. E o Hospital Cajuru já formalizou o interesse em ter um heliponto”, afirma Matheos Chomatas, diretor do Sistema de Urgências e Emergências de Curitiba. Neste ano (até anteontem), o Samu realizou 185 atendimentos aerom&e,acute;dicos.

Sobre a situação de Campo Largo, Chomatas explica que há possibilidade da instalação de um heliponto no terreno do Hospital Regional Infantil, quando concluído.

A negociação está sendo feita com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No entanto, a assessoria de imprensa da Sesa informa que, a princípio, não há previsão para construção do heliponto no local.