Falta de recursos do SUS preocupa Ponta Grossa

A construção do Hospital Regional em Ponta Grossa, prevista para começar ainda no final deste ano, alegra e ao mesmo tempo preocupa os responsáveis pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde da cidade. É que, ao mesmo tempo em que há grande demanda à espera de mais vagas nos hospitais, há também receio de que as verbas repassadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não acompanhem o aumento do número de leitos e pacientes, principalmente porque Ponta Grossa concentra grande parte dos atendimentos a habitantes dos municípios vizinhos – cerca de 30%.

O Hospital Regional terá 150 leitos e deve começar a operar em 2007, custando ao Estado cerca de R$ 30 milhões. Mas o sindicato questiona se o teto destinado ao município – calculado com base na população – será ou não aumentado com a entrada de mais este estabelecimento. ?Já operamos com um valor muito aquém da realidade, o teto é inferior ao número de atendimentos e nos preocupa saber se há recursos para aumentá-lo ou não?, esclarece a vice-presidente do sindicato e diretora administrativa da Santa Casa de Ponta Grossa, Scheila Mainardes.

A sindicalista afirma, porém, que mais um hospital ?certamente desafogará os outros?.

Scheila exemplifica que a Santa Casa atende a certas especialidades sem credenciamento do Estado, apesar de cumprir os requisitos necessários aos atendimentos. Segundo ela, pelo número de pacientes que a Santa Casa atende a verba proveniente do SUS deveria ser de cerca de R$ 613 mil, contra os atuais R$ 475 mil recebidos mensalmente. ?Mas se somarmos os procedimentos citados o valor deveria ir para R$ 750 mil.?

O secretário municipal da Saúde de Ponta Grossa, Alberto Olavo de Carvalho, acredita que ainda é cedo para discutir a redistribuição do teto financeiro do SUS com a entrada do Hospital Regional. Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que, ao sair o credenciamento do Hospital Regional, será também liberado um recurso extrateto, não havendo prejuízo para os outros hospitais.

Quanto à Santa Casa, o secretário afirma que, numa reunião recente com os secretários de saúde da região, ficou acordado que é urgente o credenciamento.

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