Exploração sexual de adolescentes cresce no verão

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Angeline: faixa mais atingida
é dos 7 aos 14 anos.

Com a chegada do verão, entidades que trabalham no combate e proteção de crianças e adolescentes vítimas da exploração sexual alertam para o aumento de casos dessa violência. A exposição maior dos corpos acaba sendo um fator para esse aumento, principalmente em cidades turísticas. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que mais de um milhão de crianças em todo o mundo são exploradas sexualmente. No Brasil, seriam cem mil casos.

Quem faz o alerta é a presidente do Conselho Tutelar Matriz, Angeline Olivet Grubba. Ela destaca que apesar de haver uma rede de proteção à criança e ao adolescente, os casos continuam preocupantes. Levantamentos dos Centros de Referência do Programa Sentinela em todo o País apontam que a faixa etária mais atingida é dos 7 aos 14 anos e 67% dos casos envolvem meninas.

O abuso sexual é o crime de maior incidência entre meninas (31% dos casos), seguido de exploração sexual (26%), violência psicológica (15%), violência física e negligência (14%). Já os meninos sofrem mais com a negligência dos pais ou responsáveis (26% dos casos). Em seguida vem a violência psicológica (24%), o abuso sexual (22%), a violência física (19%) e a exploração sexual (9%).

Segundo Angeline Grubba, a exploração sexual é um assunto que atinge todas as classes sociais. "Existe uma visão errada que mostra que somente as camadas mais pobres da sociedade apresentam o problema. Mas isso não é verdade", comenta. A situação mais preocupante, diz a conselheira, é que na maioria dos casos os agressores são pessoas próximas ou de confiança da criança, como pai, mãe, padrasto ou tio.

Sinais

A presidente do conselho tutelar ressalta que é preciso ficar alerta aos sinais que a criança demonstra. Entre eles estão enurese (micção noturna), mudança de comportamento – como vontade de ficar sozinha e não querer ir a escola -, e preferir distância da pessoa que a violentou. Quando esses sinais – que nunca são isolados – são identificados, qualquer pessoa pode denunciar o problema.

Em Curitiba, as denúncias podem ser feitas nas unidades de saúde, escolas municipais, conselhos tutelares ou através do telefone 156. Angeline explica que a capital conta com uma rede de atendimento que possui três hospitais conveniados com o Instituto Médico-Legal (IML), que disponibilizam atendimento diferenciado para a realização de exames de corpo de delito e lesões no próprio local. Quando o caso de agressão ou exploração é confirmado, os envolvidos são encaminhados para o programa Sentinela, onde recebem apoio psicossocial.

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