Cinthia Wippel, 15 anos, é uma adolescente como outra qualquer. Vai à escola, nada, paquera e se prepara para entrar no mercado de trabalho. O mesmo acontece com Marina Palmieri, 20 anos, e Karina Gouvêa, 28 anos, que levam uma vida completamente normal.
O que essas três jovens têm de diferente das demais meninas da sua idade? Um cromossomo a mais. E isso fez com que elas nascessem com Síndrome de Down (SD), que não é uma doença nem um defeito, e sim, uma variação genética que altera o desenvolvimento regular.
A estimativa é que, para cada 700 nascimentos, um tem SD e vivem em todo o mundo. Com informação e estimulação desde cedo, a criança pode desenvolver seu potencial como qualquer pessoa, atingindo autonomia para estudar, morar sozinha e casar. E essas orientações, os portadores, familiares e entidades, querem difundir para a sociedade e para tentar diminuir o preconceito.
Ontem, em Curitiba, a Associação Reviver Down promoveu uma mobilização no Calçadão da Rua XV para marcar o Dia Internacional da SD, comemorado hoje. A fonoaudióloga e diretora da Reviver, Josiane Bibas, acrescenta que assim como qualquer pessoa dita ?normal?, quem tem SD depende da genética, estimulação e educação para se desenvolver. ?Não há como generalizar, pois cada um tem seu jeito. Mas se houver um trabalho com a família, escola e mercado de trabalho acreditamos que o repertório dessas pessoas serão diferente.?
O processo para o bom desenvolvimento da pessoa com down começa na gestação, pois apesar de não existir prevenção da síndrome – por se tratar de uma alteração genética -, os pais podem ser orientados e começar um trabalho de preparação antes do nascimento. A coordenadora do Ambulatório de Síndrome de Down do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Noemia Cavalheiro, diz que os médicos precisam estar preparados para reconhecer a SD e saber orientar os pais. ?A criança com SD nasce com patologias associadas, como problemas cardíacos e respiratórios, e por isso precisa de cuidados adequados assim que nasce. Isso vai fazer a diferença no futuro.?