Esteticistas querem evitar problemas profissionais

Em junho deste ano, preocupado com a saúde de sua avó, de 74 anos, um operador de máquinas resolveu levá-la para tratamento em uma casa de massagens terapêuticas, anunciada em um jornal. Ao chegar ao estabelecimento, localizado no Novo Mundo, em Curitiba, o rapaz foi recepcionado por garotas de programa vestidas em trajes íntimos. O caso resultou na detenção das pessoas responsáveis pelo estabelecimento, e gerou constrangimentos tanto ao operador quanto à sua avó.

Para evitar esse tipo de confusão, profissionais que atuam em clínicas de estética, oferecendo massagens, querem deixar de ser chamados de massagistas, utilizando a denominação massoterapeutas. Muitos afirmam estar tendo problemas com o termo massagista, justamente devido ao fato de garotas que oferecem massagens com fins eróticos o estarem utilizando em seus anúncios de serviços.

Segundo a presidente da Associação dos Profissionais de Estética do Paraná, Beatriz Andreguetto Orasmo, é comum que algumas pessoas, principalmente do sexo masculino, liguem para as clínicas de estética em busca de serviços oferecidos por garotas de programa, criando confusões e gerando situações constrangedoras aos funcionários dos estabelecimentos.

"Legalmente, a denominação para quem faz massagens é massagista. Não podemos impedir garotas que realizam a atividade para fins eróticos de utilizá-la, pois muitas fizeram cursos e conhecem as técnicas de massagem", afirma. "Também não pretendemos discriminá-las, mas sim fazer com que as pessoas entendam que existem diversos tipos de massagem e que nem todo mundo que trabalha com isso o faz com fins eróticos."

A vice-presidente da Associação, Marília Kruger, que foi proprietária de uma clínica de estética, conta que o problema é tanto que as clínicas acabam precisando tomar alguns cuidados, como orientar seus recepcionistas sobre a maneira de atender os clientes, saber como os mesmos chegaram até o local, devido a que motivo e com qual finalidade. "Infelizmente, se nos identificamos como massagistas, muitas pessoas acabam levando para outro lado", comenta.

A associação quer que haja mudanças na concessão de alvarás, passando a ser adotada a denominação massoterapeuta, e também vem discutindo a criação de uma entidade que fiscalize o trabalho de garotas que realizam massagens com fins eróticos.

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