Este ano, prevenção séria contra dengue no Paraná

A prevenção será a arma usada este ano para combater a dengue no Paraná. Também, a instalação de armadilhas que vão monitorar a infestação do mosquito Aedes aegypt e orientar as ações de combate. Em 2003 foram registrados 9.113 casos no Paraná – só na cidade de Londrina foram 5.831, com quatro casos de dengue hemorrágica e duas mortes. Se as ações de combate ao mosquito não forem colocadas em prática, serão grandes as chances de a situação ficar incontrolável e ocorrerem fatalidades. 

A novidade no combate ao mosquito é a instalação de armadilhas que vão monitorar a infestação. Elas estão sendo instaladas nas vinte cidades da 17.ª Regional de Saúde da Secretária de Estado da Saúde e em duas da 16.ª Regional. Ao todo são 15 mil Ovidrampas – 9 mil só em Londrina.

As armadilhas são bem simples. Em potes plásticos é depositada uma solução que atrai as fêmeas do mosquito. ?A solução é obtida colocanda feno de molho por alguns dias na água?, explica Martin. Dentro dessa água é colocado uma palheta de fibrocimento, onde a fêmea coloca os ovos. Depois, o material é enviado para laboratório para análise.

As armadilhas começaram a ser instaladas em dezembro. A primeira leitura parcial também já foi realizada. Até agora só dois bairros de Londrina foram considerados de alto risco. Doze por cento das palhetas apresentaram alto índice de ovos. No restante da cidade, em 60% dos casos a infestação ficou entre baixa e média e em 40% não apresentou nenhum ovo. A partir da leitura são intensificadas as ações de combate.

O diretor da 17.ª Regional de Saúde, Gilberto Martin, comenta que o grande número de casos registrados no ano passado ocorreu devido à falta de atividades de prevenção em 2002. Para evitar que o problema se repita em 2004, as atividades de combate à dengue já começaram em agosto do ano passado. Na 17.ª Regional, além das armadilhas, houve uma reorganização das ações do Estado. ?Não havia uma estrutura de controle com detalhes do que estava sendo feito e como estava a ação do mosquito?, afirma Martin. O segundo passo foi criar comitês de mobilização contra a dengue, realizando atividades em escolas, igrejas e associações de bairros. Outra medida foi aproveitar o trabalho dos agentes de saúde do Programa de Saúde da Família, que visitam as casas pelo menos uma vez por mês. Eles começaram a controlar o risco de proliferação do Aedes aegypt. Nos casos mais simples, eliminam possíveis criadouros. Quando a situação é mais grave, que envolve, por exemplo, uma grande quantidade de pneus, os agentes da dengue são acionados. Além da limpeza, eles passam um larvicida no local.

Resultados

Martin avalia que até agora os resultados são animadores e acha que deve reduzir drasticamente o número de casos este ano. De julho de 2002 até a metade de janeiro de 2003, foram registrados 50 casos em Londrina. No mesmo período de 2003 até janeiro deste ano, apenas uma pessoa ficou doente – infectada em outra região. Mas Martin recomenda que a população continue vigilante. Ano passado houve quatro casos de dengue hemorrágica em Londrina.

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