Escola com portões fechados em Colombo

Algumas crianças que participam pela manhã do Projeto Pró-Criando do Jardim Santa Cruz, na cidade de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estudam à tarde na Escola Municipal Juscelino Kubitschek. Os alunos saem do projeto – que oferece atividades no contra turno escolar – e vão para a escola em um transporte especial da Prefeitura. Mas precisam esperar até 40 minutos pela abertura da escola, sozinhas, do lado de fora. Pais das crianças querem a presença de funcionários para acompanhá-las durante a espera.  

As crianças, que têm entre 6 e 8 anos de idade, chegam por volta de 12h30 na escola, que só abre entre 13h05 e 13h10. Regina de Fátima Ramos, mãe de um garoto de 6 anos que está nessa situação, conta que no ano passado duas funcionárias do projeto acompanhavam as crianças no trajeto até a escola e na espera para a abertura dos portões. No entanto, depois das últimas férias escolares, as funcionárias deixaram de fazer esse serviço. ?São crianças pequenas, que podem se envolver em acidentes. O movimento de carros em frente do colégio é muito grande. Além disso, tenho muito medo de seqüestros. A segurança das crianças está em risco e ninguém vai se responsabilizar por isto?, afirma.

Diante dessa situação, muitos pais estão alterando suas rotinas para poder ficar com os filhos em frente da escola. Quando não conseguem, pedem para parentes e amigos, mas a ajuda não é garantida. ?Todo mundo trabalha e fica o dia inteiro fora, mas tem que fazer o que for possível para não deixar as crianças sozinhas. Eu mesmo, com a correria, passei a pegar o meu neto no projeto. Levo para casa e depois para a escola. É muito complicado, mas faço para não ter problema?, conta José Cordeiro de Souza, avô de um menino de 6 anos.

Alguns pais já pensaram em tirar seus filhos do projeto por causa disso. Entretanto, muitos não tomam essa atitude porque as crianças ficariam sozinhas em casa. Os pais já tentaram falar com a Secretaria Municipal de Educação, mas não obtiveram resposta. Eles procuraram a escola. Porém, esta alega que o serviço é feito pelo projeto.

A coordenadora geral dos projetos Pró-Criando, Francinete Lima Bernardo, explica que o acompanhamento das crianças era feito por iniciativa da unidade do Jardim Santa Cruz, sendo um caso isolado. O projeto não prevê esse tipo de serviço e não é responsável pelo transporte das crianças. ?No ano passado, a coordenação da unidade fez esse trabalho. Mas as crianças que permaneciam no projeto ficavam sem assistência. Por causa disso, orientamos o Pró-Criando do Jardim Santa Cruz a continuar com o trabalho de acompanhamento em 2006. No entanto, no final do ano, os pais foram informados de que isso não aconteceria mais. Mesmo assim, decidimos permanecer com o transporte escolar em 2007, para evitar maiores transtornos?, explica. O Projeto Pró-Criando possui nove unidades em Colombo. Oferece atividades artísticas e educação física, além de duas refeições por dia. 

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