Desafios

Entraves à preservação ambiental no Paraná

Poluição dos rios, erosão, multiplicação desenfreada de plantas e animais. Além do desmatamento de araucárias, cuja preocupação desencadeou a Operação Angusti-folia – que deve ter novo balanço divulgado nos próximos dias – O Estado destaca, neste Dia do Meio Ambiente, alguns entraves à preservação ambiental no Paraná.

Símbolo do Estado, o bioma araucária, que aparece predominantemente na região centro-sul, sofre com o desmatamento desenfreado. Na bacia do Rio Iguaçu, a “sopa de algas” causa a eutrofização, que é o problema na represa do Foz do Areia, por conta do esgoto lançado na água. Já na região norte o que preocupa é a proliferação desordenada de espécies animais e vegetais e, no noroeste, é a falta de cobertura vegetal.

Para combater esses problemas, além da falta de pessoal e recursos necessários, ainda não há projetos prontos para serem colocados em prática, conforme avisa o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná, José Álvaro Carneiro.

“A meta é que os projetos para o bioma araucária e para o Foz do Areia, no Iguaçu, estejam prontos até o fim do ano”, planeja. A corrida contra o tempo tem em vista a contenção do problema e o controle de qualidade da água nos reservatórios, uma vez que, caso nada seja feito no Foz do Areia, a situação pode se alastrar para outros pontos do rio. “Há dezenas de barragens ao longo dos 600 quilômetros do Iguaçu que podem ser atingidas pelo mesmo problema”, alerta.

Em Paranavaí e Umuarama, no noroeste, onde existe a formação de arenito caiuá, a cobertura vegetal é praticamente inexistente, com solos frágeis e grande processo erosivo.

Para evitar o aumento da desertificação nessa área, em que o principal uso é de pastagens, ainda é preciso estudar soluções para conservação do solo. “Recompor as áreas de preservação permanente, rever a vocação daquele solo e identificar as melhores plantas para dar o suporte necessário não é algo que se consiga fazer rapidamente”, avisa o superintendente do Ibama.

Da mesma forma, para o bioma araucária ainda não se conseguiu um projeto integrado de conservação, porque não há precedentes. “Além disso, é preciso que as pessoas tenham vontade de cuidar do que sobrou”, diz.

Nas cidades da região norte, Carneiro destaca que elas viraram “oásis” para alguns animais e plantas que se adaptaram ao homem, como a pomba-amargosa, o javali, além de pinus e do arbusto amarelinha.

Do lado positivo, o secretário estadual de Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, ressalta que a cobrança aos grandes geradores de resíduos sólidos e a recuperação da mata ciliar colocam o Paraná como referência nacional na área do meio ambiente. Para a recuperação do Iguaçu, Rodrigues informou que estão previstos R$ 50 milhões.

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