Entidades querem proibir venda de álcool líquido

Estimativas apontam que 150 mil pessoas sofrem queimaduras provocadas por álcool líquido no Brasil todos os anos. Desse total, 45 mil são crianças. Esse produto inflamável teve a venda suspensa em 2002, sendo possível apenas a comercialização em forma de gel. Porém, a suspensão da venda do produto em forma líquida vigorou por apenas seis meses, pois entidades que representam os segmentos de produção e envase conseguiram na Justiça uma liminar e os produtos voltaram para as prateleiras dos supermercados.

Um grupo de entidades – entre as quais, de médicos e de defesa dos consumidores – estão se mobilizando para tentar modificar esse quadro. Eles pretendem conseguir um milhão de assinaturas em um documento que será encaminhado à Câmara Federal pedindo a aprovação, em regime de urgência, para proibir a venda de álcool líquido no Brasil.

De acordo com a coordenadora regional da organização não-governamental Criança Segura, Alessandra Françóia, uma série de ações estão sendo desenvolvidas em cidades de quatro estados brasileiros para mobilizar a sociedade a se engajar nessa luta. ?Queremos que a sociedade se conscientize que o álcool líquido é um produto nocivo que não serve para higiene e limpeza?, falou.

Segundo Alessandra, nos seis meses que o produto teve a venda suspensa, houve uma redução de 60% no número de queimados em acidentes. Ela ressalta que só esse dado já seria suficiente para manter a suspensão da venda do produto na forma líquida.

A coordenadora explicou que a forma em gel demora mais tempo para queimar e, quando atinge o corpo, não se espalha rapidamente. A meta das entidades é conseguir o total de assinaturas antes do dia 20 de novembro, data em que é comemorado o Dia Universal das Crianças. Quem quiser assinar o documento poderá procurar a lista nas unidades de saúde de Curitiba, ou no site www.criancasegura.org.br. 

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