Ônibus pode disparar

Empresas calculam tarifa a R$ 4 e põem culpa nos trabalhadores

A passagem de ônibus em Curitiba pode subir para R$ 4. A afirmação é do Sindicato das Empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). A entidade diz que o possível aumento se deve às reivindicações salariais e de benefícios de motoristas, cobradores e demais funcionários das empresas.

Segundo o Setransp, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) e do Sindicato dos Empregados em Escritórios e Manutenção nas Empresas de Transporte de Passageiros (Sindeesmat) pedem auxilio refeição, café da manhã, licença remunerada de três meses a cada cinco anos de trabalho, fornecimento de material escolar para os filhos de motoristas e cobradores e adicional de periculosidade de motoristas.

Com a chegada de fevereiro, data-base de motoristas e cobradores, começa a discussão sobre o novo valor da tarifa. Atualmente, o custo técnico é de R$ 2,99 por passageiro, sendo que a passagem cobrada é R$ 2,70, o que deixa um déficit de quase trinta centavos por pessoa. Para zerar a conta, governo do Estado e prefeitura fecharam um novo convênio em 2013. Um cálculo preliminar da Urbs, levando em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 5,9%, estima que para manter a passagem no valor atual, será necessário um subsídio de R$ 145 milhões. Para isso, a prefeitura encaminhou em outubro do ano passado um pedido para que a parceria continue em 2014.

Terrorismo

O Sindimoc e o Sindeesmat estariam pedindo também reajuste de 100% do cartão alimentação, aumento do seguro de vida em 30% e acréscimo de 100% nas horas extras. As solicitações seriam semelhantes às ocorridas em anos anteriores e que geraram ameaças e paralisações efetivas dos serviços do transporte.

O Sindimoc acredita que haverá inevitavelmente aumento no valor repassado ao usuário do sistema, mas que não deve chegar ao que calculou o Setransp. “Eu acredito que haverá um reajuste sim, mas que não existe como atingir R$ 4. As empresas têm o funcionário como um gasto e não um investimento”, diz o vice-presidente do Sindimoc, Dino Cesar Morais de Mattos. “O que as empresas fazem com a população é terrorismo”, completa.