Em tempo de chuvas, fique atento à leptospirose

Alerta para todo o verão. As fortes chuvas que ocorrem no período de janeiro a março podem trazer mais problemas além dos prejuízos materiais causados pelas enchentes. A leptospirose é uma doença que, a cada ano, faz mais vítimas em todo o País e que, durante os meses de chuvas freqüentes, tende a crescer. No Paraná, foram registrados 744 casos de leptospirose, somente no ano passado. Desse total, 264 foram confirmados, 235 tiveram cura, e ocorreram 29 mortes. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde. 

A leptospirose é causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans, que é transmitida aos humanos pela urina de animais infectados. A bactéria pode se alojar nos rins de cães, gatos, bois, cavalos, porcos, entre outros. O rato de esgoto é o principal responsável pela infecção humana, por existir em grande número e por viver perto de seres humanos. A bactéria que causa a doença penetra na pessoa através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou por meio da ingestão de alimentos e água contaminados. A presença de ferimentos na pele facilita a penetração. Durante as enchentes constantes no verão, a atenção da população com os cuidados para evitar a contaminação deve ser dobrada. Sacolas de lixos e fezes dos animais que bóiam durante as chuvas, aliados ao vazamento dos bueiros das cidades, são os principais perigos para a população.

Segundo o veterinário e diretor do setor de Zoonoses (doenças de animais) da Secretaria de Estado da Saúde, Paulo Guerra, qualquer contato com a água de enchente deve ser levado em conta. Para ele, a doença pode ser controlada facilmente, se a conscientização das pessoas foi maior. ?Os cuidados são essenciais e devem ser tomados. Os maiores números de casos de leptospirose no ano passado aconteceram em Curitiba e Região Metropolitana, por serem áreas de grande concentração de pessoas e com enorme quantidade de lixo. E boa parte dessas áreas são alagadiças, o que favorece o aparecimento dos ratos.?

Em todo o País, segundo dados do Ministério da Saúde, de 1991 a 2000, ocorreram 34.142 casos da doença, cerca de 3,4 mil por ano e que, se não tomadas as devidas providências, podem levar à morte. Desde 1991, os óbitos decorrentes da doença foram 327, considerado um número alto pelo Ministério da Saúde, que ainda realiza a prevenção em diversas regiões do Brasil, mas depende essencialmente da conscientização da população.

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