Educadores de Curitiba prometem greve amanhã

Cerca de 4 mil educadores que trabalham nos 159 Centros de Educação Infantil (creches) de Curitiba devem entrar em greve a partir de amanhã. O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) reclama que o reajuste dado pela Prefeitura é um abono e, por isso, não é incorporado à aposentadoria. A categoria pede a equiparação salarial com os professores que atuam nas creches, o que significa 70% de aumento. Caso a paralisação se confirme, 24 mil crianças serão afetadas.

A decisão pela greve aconteceu no último dia 2 de fevereiro. As aulas começaram no dia 5, porém os educadores resolveram trabalhar durante a semana passada para orientar os pais. ?Infelizmente não temos como fazer diferente. Mas ainda estamos aguardando uma proposta da Prefeitura até segunda-feira (amanhã)?, afirmou a presidente do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos. A categoria vai se reunir amanhã pela manhã na Praça Santos Andrade, de onde fará caminhada até a sede da Prefeitura, no Centro Cívico.

Os educadores pedem que o piso inicial da categoria seja equiparado ao dos professores que trabalham nas creches. Segundo Irene, a justificativa é que a Lei Municipal 12.083 de 19 de dezembro de 2006 determina que todos os educadores tenham cursado o magistério, assim como os professores que atuam nas creches. ?No entanto, o piso inicial dos professores é R$ 596,24 por 20 horas de trabalho semanais e dos educadores é de R$ 698,90 por 40 horas semanais?, explicou Irene.

A data-base dos servidores municipais de Curitiba é o próximo dia 31 de março. Porém, a presidente do Sismuc explicou que a situação dos educadores é diferente porque, em função da nova lei, é preciso regulamentar um salário igual. Irene disse que os trabalhadores estão cientes de que receberão faltas por causa da greve, mas garantiu que isso não vai dirimir o movimento. Um concurso público para a contratação de 423 educadores foi aberto pela Prefeitura em janeiro. O salário inicial previsto no edital é o citado por Irene.

Prefeitura

O secretário municipal de Recursos Humanos, Arnaldo Agenor Bertone, explicou que professores e educadores ?são duas categorias totalmente diferentes.? Além disso, explicou que, como não era exigido o magistério, muitos educadores que já estão na carreira não têm este nível de escolaridade. ?E já negociamos com eles um novo plano de cargos, que deu um ganho substancial?, afirmou.

Segundo a Prefeitura, os educadores, assim como todos os servidores de Curitiba, receberam aumento salarial de 12,36% nos últimos dois anos, ganharam 20% de gratificação por atuar na área, tiveram um plano de cargos e carreiras implantado este ano – com um adicional de 2,8% para os que atendem os requisitos exigidos pelo plano – e tiveram aumento no plano de produtividade e qualidade. ?A Prefeitura não pode assumir um aumento que não tem como e não tem motivo para dar. E estes benefícios todos os professores não têm?, afirmou o secretário. Bertone confirmou que essas gratificações não são incorporadas na aposentadoria, mas reafirmou que é o que a Prefeitura tem condições de fazer. ?Não vamos ser irresponsáveis fazendo o que não podemos?, argumentou.

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