Educação e violência destacam adolescentes

A educação e a violência são os principais assuntos que levam crianças e adolescentes a aparecerem na mídia. Os dados foram divulgados ontem pela Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (Ciranda), que pesquisou o assunto nos oito principais jornais do Paraná, entre eles O Estado. Em 2003, foram 19.243 notícias veiculadas. Para a coordenadora da entidade, Paula Baena, os números são positivos, mas a imprensa precisa adotar um postura mais crítica e reflexiva.

A pesquisa foi distribuída em 36 temas e a educação é o assunto em que mais aparecem crianças e jovens. No ano passado foram 3.436 notícias veiculadas. No entanto, Paula está preocupada com a forma que os jornais vêm abordando o assunto. Ela comenta que 74,48% das matérias são factuais, onde o jornalista simplesmente relata um fato, como por exemplo, uma greve ou falta de material escolar. "Não há uma análise mais profunda do assunto, onde se cobre a implantação de políticas públicas. Não se apresentam soluções para os problemas", comenta.

Em segundo lugar vem o tema violência. Em 1.933 matérias, os jovens aparecem como vítimas de agressão e em 675 como agressores. Geralmente, elas têm como única fonte a polícia, ou seja, o boletim de ocorrência. O fato não é contextualizado. "Não se mostra a realidade. O que aconteceu antes do crime, as condições em que o jovem vivia. Isso é um problema socio econômico", fala. A opinião do Ministério Público, da sociedade civil e outros organismos aparecem na minoria das matérias. "É preciso haver um equilíbrio de fontes", destaca.

Outro grave problema é falta de indicação de fontes -12,55% das notícias não revelam de onde saíram as informações. Por outro lado, Paula reconhece que os veículos de comunicação enfrentam uma série de dificuldades e possuem redações cada vez mais enxutas. Outro ponto que influencia na cobertura jornalística realizada é a formação dos estudantes.

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