Duplicações no Paraná só virão após pedágios

A OHL Brasil, empresa que detém a concessão para operar nos trechos das rodovias federais que cortam o Paraná, já iniciou as primeiras obras emergenciais, como pavimentação e sinalização, antes das instalações dos pedágios, em agosto. Posteriormente, serão feitos trabalhos contínuos de melhoria e conservação nas estradas, segundo a empresa.

Porém, as obras mais esperadas pelos usuários ainda vão demorar a sair: os 35 quilômetros de duplicações previstos para o Estado, na BR-476 (como é chamada a BR-116 no trecho urbano de Curitiba), só devem ficar prontos daqui a três anos.

No total, a empresa vai operar 2.078,8 quilômetros de cinco das principais rodovias federais do País. No Paraná, são três trechos: Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre São Paulo de Curitiba; BR-376, entre Curitiba e Florianópolis; e BR-476, que liga Curitiba ao Sul do País. Para tanto, a empresa constituiu cinco sociedades para cuidar especificamente de cada trecho. As que operam nos trechos citados no Estado são, respectivamente, Autopista Régis Bittencourt, Autopista Litoral Sul e Autopista Planalto Sul.

Os investimentos totais da empresa nos cinco primeiros anos de concessão serão de R$ 4,2 bilhões. Somente na Autopista Régis Bittencourt, estes primeiros seis meses de concessão contemplarão recursos da ordem de R$ 123,8 milhões para os trabalhos iniciais, que consistem em obras emergenciais, tais como melhoria da pavimentação das pistas, sinalização vertical (placas, indicadores), sinalização horizontal (pintura de faixas de rolamento), iluminação e dispositivos de segurança, entre outras, informa a empresa. Em todo o trecho Curitiba São Paulo, serão R$ 3,8 bilhões a serem aplicados ao longo dos 25 anos contratados para a concessão.

Obras

Depois de instaladas as praças de pedágio, terão início serviços de atendimentos aos usuários, incluindo atendimento médico de emergência em acidentes e serviço de guincho para veículos avariados na rodovia. Ao longo de toda a concessão, serão construídos postos de fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e recuperados ou reformados postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Além disso, a empresa informa que instalará sistemas de circuito fechado de TV ao longo das estradas (em pedágios, trechos urbanos e principais acessos, trevos, passarelas, postos da polícia e de pesagem). Serão formadas equipes de vigilantes, que farão rondas nas estradas, brigadas de combate a incêndios e construídos centros de atendimento médico de emergência. A OHL implantará também sistemas de monitoração meteorológica, para avaliar informações sobre chuvas, neblina e calor na pista.

Reforço em pontes e pavimentos

Foto: Arquivo

Ponte sobre o Rio Trindade: buraco entre São Paulo e Paraná.

A BR-116 contempla obras complicadas também nas pontes, onde a Autopista Régis Bittencourt promete intervenções. Boa parte delas, no trecho entre Curitiba até a divisa com São Paulo, apresentam problemas estruturais, já diagnosticados pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) antes das concessões.

Três anos atrás, elas já exigiam troca de aparelhos de apoio, colocação de lajes de transição, construção de guarda-corpos mais modernos, projetados para agüentar o peso dos veículos em caso de acidentes, reparos nas vigas, que em alguns casos apresentavam rachaduras, e recuperação do concreto, já que muitas pontes possuíam armadura exposta, enferrujando o aço que sustenta a obra.

Esta semana, o Dnit informou que, ao longo desses anos, realizou reparos nos encontros das pontes (onde há interseção da pista) e pôs nova capa asfáltica.

No entanto, segundo o órgão, as intervenções para reforço estrutural (mudança de classe, para agüentar caminhões mais pesados) e alargamento deverão ser realizadas pela concessionária.

A Autopista Régis Bittencourt atesta que, para agüentar o trafego pesado, toda a rodovia deve passar por reformulações.

A partir do primeiro ano, está previsto uso de pavimento com dimensionamento adequado para suportar caminhões muito pesados. A empresa promete ainda que todas as pontes e guardas-corpos serão reforçados.

Duplicações vão demorar

No entanto, as obras mais demandas estão previstas para médio e longo prazos. Dos mais de 2 mil quilômetros de concessão, 232 serão duplicados nos 25 anos de contrato (veja quadro acima).

Algumas das áreas mais críticas, amplamente utilizadas pelos paranaenses, não ficam prontas antes de 2011. É o caso dos 24 quilômetros que ligam Curitiba a Mandirituba, na BR-116/476, trecho que já foi alvo de vários protestos de moradores por conta dos constantes acidentes.

As duplicações incluem ainda o Contorno Norte de Curitiba, onde 11 quilômetros passarão a ser de pista dupla. Somados, estes 35 quilômetros de duplicações previstas para trechos paranaenses só serão concluídos após o terceiro ano de concessão, tempo máximo estipulado pela ANTT antes mesmo do lançamento dos editais de licitação. Embora o prefeito de Fazenda Rio Grande, Antônio Wandscheer, tenha ido mais de uma vez a Brasília para pedir antecipação do prazo, a tentativa foi em vão e, agora, quem transita por ali deverá ter paciência.

Já quem usa a estrada para ir até o Rio Grande do Sul vai continuar trafegando em pista simples, já que, dos 412 quilômetros entre Curitiba e a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande, apenas o trecho da região metropolitana será duplicado pela empresa nos 25 anos de concessão.

Outro trecho crítico na 116 são os 30,5 quilômetros da Serra do Cafezal, entre Curitiba e São Paulo. A obra, considerada de elevado grau de complexidade pela empresa e que exigirá licenças ambientais, está prevista para ser concluída em 2012. Em toda a Régis Bittencourt, a concessionária informa que irá construir 50 passarelas para pedestres, 25 delas nos primeiros dois anos, e terceiras faixas em 104 quilômetros da estrada.

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