40 dias de braços cruzados

Dissídio coletivo pode encerrar nesta quarta greve nos Correios

Os funcionários dos Correios podem, durante dissídio coletivo, pôr fim hoje à paralisação que já dura 40 dias e atinge o Paraná e outros 18 estados. Diferentemente do que aconteceu em outras mobilizações, desta vez os trabalhadores não brigam por reajuste salarial.

O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) é contrário à terceirização do plano de saúde que atende os funcionários da empresa e suas famílias. “Com a criação do Portal Saúde, que substitui o Correio Saúde, mantido pela própria empresa, os trabalhadores precisarão arcar com custos de consultas e cirurgias mais complexas”, explica Wilson Dombroski, diretor de comunicação do sindicato.

O sistema que os Correios querem implantar assemelha-se ao que já está disponível em outras empresas públicas, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Entretanto, para Dombroski, considerando a relação entre os salários dos bancários e dos funcionários do Correios, o Portal Saúde não é vantajoso. “Atualmente, o Correio Saúde está vinculado ao contrato coletivo de trabalho”, disse. Ou seja, pelo olhar do Sintcom-PR, caso o Portal Saúde seja posto em prática, a empresa estará descumprindo a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Números

Enquanto o movimento grevista afirma que 60% da categoria está de braços cruzados, a assessoria de imprensa dos Correios coloca em xeque esse número, divulgando que apenas 5% dos trabalhadores aderiram à paralisação. Segundo a empresa, a mobilização não teria fechado nenhuma agência ou prejudicado os serviços de entrega e coleta de encomendas e cartas.

A solução encontrada para suprir o efetivo e atender à demanda foi realizar a entrega durante os finais de semana e feriados. No entanto, os Correios não descartam a possibilidade de faltas isoladas de funcionários em algumas agências.

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