Dia de protestos na Grande Curitiba

Servidores municipais, motoboys e estudantes foram responsáveis por protestos que tomaram as ruas centrais de Curitiba e deixaram o trânsito um verdadeiro caos durante o dia de ontem.

As vias mais afetadas foram a Avenida Cândido de Abreu e Lysímaco Ferreira da Costa, no Centro Cívico, e a esquina entre as ruas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto, inclusive com atraso nos horários dos ônibus por causa dos congestionamentos.

As aglomerações exigiram uma mobilização especial de agentes, motos e viaturas da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran). Pela manhã, os servidores uniram-se aos motoboys no centro e seguiram até a prefeitura.

Os motoboys protestavam contra a lei municipal que obriga a categoria a fazer um cadastro na Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs). Na Rua XV de Novembro, estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também protestaram pela falta de professores.

O trânsito também ficou lento na Rua Víctor Ferreira do Amaral, no Tarumã, por conta do acidente entre dois caminhões na BR-116, em Piraquara. Para desviar do Contorno Leste, os outros caminhoneiros migraram para as outras entradas de Curitiba.

Efeitos

O número de servidores que aderiram ao primeiro dia de greve é controverso. Segundo os sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e do Magistério Público Municipal de Curitiba (Sismmac), cerca de 5 mil servidores cruzaram os braços.

Pelo registro da prefeitura, apenas 578 servidores não apareceram para trabalhar ontem, o que corresponde a 1,8% do total. Ainda segundo a prefeitura, 6 mil estudantes (5% do total) ficaram sem aula por causa da greve.

Representantes dos sindicatos voltaram a se reunir ontem com os secretários municipais de Recursos Humanos, Paulo Schmidt, e do Governo Municipal, Rui Hara, e a conversa não teve avanço. A prefeitura disse mais uma vez que pode reavaliar a questão salarial em julho.

“Queremos sair desse impasse o mais rápido possível para a população não ser prejudicada, mas a prefeitura continua desrespeitando os servidores”, critica a presidente do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos. Os servidores querem reajuste de 14,6% referentes a perdas salariais. Hoje a mobilização continua com panfletagem na Praça Rui Barbosa e nova assembleia.

Daniel Caron
Motoboys bloquearam trânsito em cruzamento do centro de Curitiba.

São José: manifestação e agressões

Joyce Carvalho e Leonardo Coleto

Um protesto realizado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São José dos Pinhais (Sinsep), na Grande Curitiba, marcou a tarde de ontem na cidade. Membros do Sinsep fizeram piquetes em frente à prefeitura reivindicando reajuste salarial de 18%.

A manifestação foi motivo para discussões e até mesmo agressões entre sindicalistas e servidores. Os manifestantes ameaçavam uma paralisação em seus trabalhos, caso não fossem atendidos pela administração na tarde de ontem, mas não foi o que aconteceu.

Após uma reunião entre membros do Sinsep e da Prefeitura de São José dos Pinhais, ficou acordado um novo encontro para o próximo dia 23. A prefeitura irá apresentar proposta para chegar a uma decisão favorável aos dois lados. Caso a proposta não seja aquilo esperado pelo Sinsep, a paralisação poderá novamente acontecer no dia 30.

Agressões

A assessoria do Sinsep informou que o secretário de Administração, Marlo Ferrari, agrediu um guarda que aderiu à paralisaç&atilde,;o, em um dos portões de acesso à sede da prefeitura. Havia um bloqueio na entrada, por parte dos servidores, e o secretário queria passar pelo local.

Após discussões, o secretário teria agredido o manifestante. Outra situação ocorreu na Secretaria Municipal de Obras, onde também havia um piquete. Um assessor da prefeitura pediu a liberação para a saída das máquinas, o que ocorreu, conforme o Sinsep. Mas logo em seguida o bloqueio foi retomado.

Com a confusão, houve a agressão do assessor contra um enfermeiro que participava do ato. No entanto, a prefeitura afirma que o que aconteceu foi o contrário. Um dos fotógrafos da assessoria de comunicação havia sido agredido. A administração nega veementemente que a agressão tenha partido do secretário.