Demora em vaga de leito público gera reclamação

Depois de uma semana pleiteando – sem sucesso – uma vaga para internação pelo SUS em Curitiba, a família de Edson José dos Santos optou pela rede hospitalar particular. A conta está sendo paga pela igreja que o paciente freqüenta, conta a esposa Jaqueline Pereira dos Santos. No entanto, a Prefeitura de Curitiba diz que os médicos só solicitaram internamento para Edson na última quinta-feira e naquele dia ele não foi atendido porque na Central de Leitos não havia vaga disponível e o estado dele não era de urgência e emergência imediata, permitindo que esperasse até o outro dia.

Nos últimos três dias, Edson ficou o tempo todo em um posto de saúde, tomando soro e outros medicamentos porque estava muito debilitado, não conseguia comer e nem falar. Segundo Jaqueline, o marido estaria com pneumonia e tuberculose, mas o tratamento com os remédios não estaria surtindo o efeito esperado.

No entanto, a assessora da superintendência da Secretaria Municipal de Saúde, Ivana Marias Saes Busato, diz que todas as visitas ao postos de saúde da Prefeitura estão registradas e apenas na última delas, na quinta-feira, o médico teria solicitado o internamento. Segundo Ivana, algumas vezes o sistema da Central de Leitos fica congestionado e, quando isso acontece, é dada prioridade às pessoas que estão em estado mais grave, o que, segundo ela, não seria o caso de Edson. ?Ele foi até para casa. Se não pudesse esperar teria sido encaminhado de ambulância para um hospital?, comenta Ivana.

Em Curitiba existem duas mil vagas de internamento pelo SUS para diversas especialidades, incluindo UTIs. A cada trimestre são realizadas 40 mil internações, sendo 62% de moradores de Curitiba, 27% da Região Metropolitana e 10% de outros municípios e estados.

Mas a família de Edson não reclama apenas da falta de vaga. A esposa diz ainda que meses atrás o paciente enfrentou um erro de diagnóstico. Segundo Jaqueline, o marido foi tratado de amigdalite, quando na verdade ele estaria tendo um enfarte. Comenta que os remédios ministrados colaboraram para agravar a situação e Edson teve que ser submetido a uma cirurgia de angioplastia e um cateterismo. Ela fez uma denúncia para o 156. A Prefeitura informa que analisou a situação e, depois de dar uma resposta para a família, arquivou o processo.

Depois das cirurgias é que Edson começou a reclamar de tosse e foi verificado o quadro de pneumonia e tuberculose. De acordo com Ivana, a Prefeitura já havia marcado para ele uma consulta com um especialista em pneumologia para o próximo dia primeiro.

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