Delegado do Nurce ouve cinco procuradores

As investigações em torno da denúncia de cobrança de honorários indevidos na Procuradoria Geral do Estado (PGE) e desvio de dinheiro que deveria ir para o Fundo Especial continuam. Agora, no entanto, com as declarações dos procuradores. Na semana passada, cinco deles prestaram depoimento no Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) da Polícia Civil e negaram que tivessem qualquer envolvimento com o caso. Se comprometeram, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a abrir seus sigilos fiscais e bancários, além dos da Associação dos Procuradores do Estado do Paraná (Apep) e do Fundo.

Segundo o delegado Francisco Caricati, que comanda as investigações, uma das procuradoras que prestou depoimento fez parte da comissão de sindicância instaurada há dois meses pela PGE para apurar irregularidades relacionadas aos desvios de verbas pela ex-funcionária Jozani Prado Santos, acusada pelos procuradores de articular o esquema. "Ela confirmou em depoimento que a sindicância apurou que Jozani agia por conta própria e recebia de contribuintes as verbas destinadas ao fundo da procuradoria, depositando o dinheiro em uma conta própria, numa agência da Caixa Econômica Federal do Fórum Fazendário", contou o delegado.

Jozani, no entanto, defende que foi o fato de a procuradora fazer parte da comissão de sindicância o principal motivo de terem induzido a ela a culpa. Em seu depoimento, quando estava presa, a ex-assistente teria denunciado a procuradora como uma das articuladoras do esquema.

A polícia ainda ouvirá treze oficiais de justiça que foram citados no inquérito e fará uma acareação entre Jozani e uma oficial de justiça, já afastada pela PGE, que, segundo a ex-funcionária, fazia parte do esquema de desvio de dinheiro. "Também faremos uma análise de toda a documentação coletada até agora", disse o delegado – entre o material, estão computadores e notas colhidos dentro da Procuradoria Fiscal, onde os desvios eram feitos. Para Jozani, o material irá provar que não estava sozinha no esquema. A ex-funcionária acusa seis procuradores de envolvimento no esquema, afirmação que é negada pela Procuradoria Geral do Estado. 

Voltar ao topo