Delegada questiona decisão de escola

Durante o tumulto que houve na semana passada na Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag, no Cajuru, em Curitiba, vários vidros foram quebrados depois que os alunos foram incitados por dois adolescentes, um de 15 e outro de 17 anos, que estudam na 6.ª série. A delegada da Delegacia do Adolescente Infrator, Mônica Meister, diz que não foi feito nenhum boletim de ocorrência e o procedimento deveria ter sido adotado pela escola, uma vez que se trata da destruição do patrimônio público.

Antes da depredação registrada na sexta-feira passada, dois boletins de ocorrência envolvendo alunos da escola Omar Sabbag já haviam sido registrados. Em um deles, um adolescente havia ameaçado uma colega de morte e, no outro, duas jovens brigaram e houve lesão corporal. Os dois problemas aconteceram no dia 17 deste mês. Preocupada com a situação da escola, a delegada entrou em contato com a direção, mas foi informada de que não havia mais problemas.

Entretanto, no último dia 24, quando a nova direção assumiu a administração do colégio, ocorreu o grande tumulto. A Guarda Municipal tentou conter a confusão, mas teve que pedir ajuda da Polícia Militar, que encaminhou os dois jovens para a Delegacia do Adolescente Infrator.

Para a delegada, a escola deveria ter registrado um boletim de ocorrência para a reparação dos danos. Quando Mônica questionou a falta do procedimento, a resposta que recebeu foi de que não dava para esperar a investigação porque as aulas deveriam ser retomadas na segunda-feira, com os vidros no lugar. Mas Mônica afirma que no mesmo dia seria feito um levantamento no local e os reparos poderiam iniciar imediatamente, sem prejudicar o calendário da escola. "Tem que responsabilizar estes jovens. A escola é para educar. Precisam ser tomadas medidas socioeducativas. A situação não pode ficar por isto mesmo. Não se pode dispor assim de um bem público", afirma. Ela explica que a mesma situação ocorre com pichadores: sempre que são identificados cumprem medidas sócioeducativas, na maioria das vezes restaurando o que foi danificado.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a escola não fez o boletim de ocorrência porque acreditava que a medida deveria ter sido tomada pela Polícia Militar, que prendeu os dois jovens em flagrante. Na próxima sexta-feira, o Conselho de Escola, formado por pais, professores, alunos e funcionários, vai se reunir para decidir quais medidas vão ser adotadas dentro da escola para punir os alunos e se a queixa será prestada. Na escola estudam 3,5 mil alunos da pré-escola à 8.ª série e educação de jovens e adultos. 

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