A Companhia de Informática do Paraná (Celepar) inaugura nova versão do portal eletrônico do governo do Estado que permite o acesso de deficientes visuais. A navegação na internet é possível a partir do teclado e não somente através do mouse, equipamento que restringe o acesso à internet por parte de portadores de necessidades especiais.
O novo portal foi anunciado ontem pelo presidente da Celepar, Marcos Mazoni, que participou do Fórum de Acessibilidade à Web, promovido pela Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos. Segundo Mazoni, a Celepar está atendendo orientação do governador Roberto Requião, que está preocupado em reduzir todos os tipos de exclusão digital no Estado, que não se resume apenas às dificuldades financeiras da população que não tem acesso a computadores.
Essa preocupação está de acordo com a Lei Federal 10.098, que determina a necessidade de eliminar as barreiras de comunicação na sociedade.
Segundo Mazoni, a preocupação em desenvolver um novo portal com acessibilidade principalmente aos deficientes visuais e motores surgiu a partir de alertas dados pela comunidade de portadores de necessidades especiais. Mazoni reconheceu que o modelo paranaense também necessita de adequações. Para isso, é preciso desenvolver tecnologias que permitam a inclusão digital de todos, inclusive dos vários tipos de deficientes. “A partir das nossas fraquezas, nos tornamos mais solidários”, acentuou.
Sete Pecados
Entre os palestrantes do fórum, a psicóloga, analista de sistemas e deficiente visual Lêda Spelda falou dos sete pecados capitais quando um técnico em informática vai construir um site ou uma homepage. Lêda tem 22 anos de experiência na área de informática atuando em empresas públicas e privadas como analista e consultora.
Ela ressaltou que muitos sites não são concebidos de maneira a considerar as necessidades dos portadores especiais. Citou como exemplo a necessidade que um deficiente visual tem de texto para interpretar a informação. “Ele não consegue interpretar informações a partir de imagens e gráficos”, afirmou.
Outro palestrante, Paulo Romeu Filho, abordou a necessidade de sensibilizar os formuladores de conteúdo na Internet, para que desenvolvam formas alternativas de acessibilidade à Web. O técnico falou sobre a necessidade de incluir a TV Digital, que precisa ter recursos especiais para o acesso dos deficientes.