Defesa Civil pede atenção às comunidades indígenas

O secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Washington Rosa, se reuniu na quarta-feira (1º), em Brasília, com a direção da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) para debater ações voltadas às comunidades indígenas do Paraná que sofrem com a desnutrição infantil. O Governo do Paraná foi discutir o papel e as responsabilidades dos órgãos federais junto a essas comunidades paranaenses.

Rosa pediu para que o presidente da Funai determine aos três escritórios regionais no Paraná um levantamento emergencial nas comunidades indígenas. Em várias regiões do Estado os índios vêm apresentando problemas de desnutrição, devido à seca que atingiu suas lavouras.

Com o presidente da Funasa, Rosa discutiu os programas de distribuição de recursos do órgão, principalmente o de Incentivo à Atenção Básica aos Povos Indígenas, que repassa cerca de R$ 6 milhões a prefeituras e hospitais do Paraná. “Vamos pedir ao Ministério Público do Paraná uma auditoria para acompanhar a destinação desses recursos. Queremos saber se o dinheiro está sendo destinado aos povos indígenas ou não” disse.

O Paraná tem 14 mil índios em 2,6 mil famílias das etnias Kaingang, Guarani e cinco últimos remanescentes da tribo Xetá. A notícia da morte de crianças por desnutrição mobilizou vários órgãos do governo.

A distribuição emergencial de alimentos começou pelas aldeias onde a falta de alimentos é maior. Inicialmente o Governo distribuiu mais de 20 toneladas de alimentos como arroz, feijão, farinha de trigo e de mandioca. Esta semana serão distribuídas outras 57 toneladas de carne e 70 de farinha de trigo.

O governador Roberto Requião qualificou como inaceitáveis os casos de desnutrição infantil entre indígenas no Estado. “Não é possível que crianças morram de fome no Paraná hoje. O problema dos índios é da Funai. Se a Funai não funciona o Estado tem o compromisso e a obrigação de suprir a sua ineficiência.

O Estado vai assumir uma responsabilidade que administrativamente não é sua, mas é nossa do ponto de vista ético e moral. É nosso compromisso com os mais pobres”, afirmou.