Decreto restringe consumo de bebidas em Colombo

O prefeito em exercício de Colombo, Pedro Ademir Cavalli, assina hoje um decreto que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos bares da cidade após as 22h durante a semana e depois das 23h, nos finais de semana. O motivo, alega, é conter a criminalidade no município, que, segundo a Prefeitura, está atrelada ao consumo de álcool e drogas. Ironicamente, boa parte dos donos de bares e freqüentadores diz até mesmo apoiar a iniciativa do poder público. Segundo eles, depois das 22h só fica na rua quem está atrás de arruaça.

Colombo já possui um decreto municipal desse tipo desde 2001. Neste, a Prefeitura determinava que nas sextas-feiras e sábados os bares poderiam ficar abertos até a meia-noite e, durante a semana, até as 23h. "Apesar da lei, muita gente não respeitava. No ano passado, alguns proprietários pressionaram a Câmara pedindo a revisão dos horários", afirma Cavalli. Mas, apesar do descontentamento, a Prefeitura resolveu pôr nova restrição. "Junto com as determinações do decreto de 2001 vamos colocar a proibição da venda de bebidas alcoólicas depois das 23h nas sextas-feiras e sábados e após às 22h nos dias de semana", explica.

Pelo novo decreto, o 1.845 de 2006, fica determinado ainda que bailões e danceterias terão de adquirir alvará especial junto à Prefeitura, determinando caso a caso como será regulamentada a venda de álcool. Os proprietários que descumprirem a lei serão primeiramente notificados e, caso haja reincidência, terão seus alvarás suspensos por 30 dias. Se forem pegos vendendo bebidas alcoólicas uma terceira vez depois do horário permitido, a promessa da Prefeitura é cassar o alvará.

O prefeito em exercício afirma que a medida não tira a liberdade do comerciante, apenas limita a venda de álcool. "Pode ficar aberto até mais tarde e vender água e refrigerante", defende. Mas estranho mesmo é a constatação de que boa parte dos donos de bares e lanchonetes do centro da cidade concorda com o decreto. "Sou a favor. Passou das dez, vira bagunça", acredita o dono do bar e lanchonete Skinão, Elizeu Maschia. O funcionário do Snooker Bar, João Moreira, também apóia a medida. "Não vai ter prejuízo, só lucro. Depois desse horário vêm vândalos", diz. O proprietário do Bar do Agostinho, José Figueiredo, também assina embaixo. "Até essa hora está bom", acredita.

Mas há também quem não põe fé na lei. Para o dono do restaurante Sobradinho, Pedro Ademir Pavin, o novo decreto vai ser apenas mais uma lei que não vai pegar e, por isso, talvez, o setor não esteja preocupado. "Não vai funcionar. É como a lei seca: é proibido, mas todo mundo vende". Já a Prefeitura garante que não vai faltar fiscalização. De acordo com Pedro Cavalli, as polícias Civil e Militar vão trabalhar juntas. 

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