Decisão sobre greve na Sanepar sai na 4ª

Até a próxima quarta-feira está descartada a greve dos funcionários da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Eles tinham decidido cruzar os braços na segunda-feira porque não conseguiram chegar a um acordo sobre o reajuste salarial com a empresa. No entanto, ontem houve mais uma rodada de negociações no Ministério Público do Trabalho (MPT) e ficou marcado para a próxima semana um novo encontro.

A reunião de ontem no MPT não evoluiu, mas conseguiu adiar a greve. Os trabalhadores continuam pedindo um aumento linear de R$ 224 para todos os funcionários, mas a Sanepar ofereceu um aumento escalonado – reajuste de 10,89% para quem ganha até R$ 974, de 7% para os trabalhadores que recebem entre R$ 975 e R$ 1.259, e 3,12% para quem ganha acima disso.

O encontro foi intermediado pela procuradora do Trabalho, Margareth de Mattos. Ela apresentou uma proposta alternativa, que deverá ser apreciada até a próxima quarta-feira pela diretoria da empresa e pelos sindicatos. Ficou acordado ainda que até essa data, a paralisação das atividades não será deflagrada.

A Sanepar, por meio de uma nota, informou que, apesar de as negociações salariais prosseguirem, já montou um plano de contingência, assegurando que os serviços da empresa não sejam prejudicados. ?Não existe possibilidade de a população ser prejudicada com falta de água ou interrupção dos serviços de coleta e tratamento de esgoto?, diz a nota.

De acordo com o presidente da União dos Sindicatos dos Trabalhadores da Sanepar (USTS), Gerti José Nunes, a greve pode estar suspensa até quarta-feira, mas os trabalhadores continuam mobilizados. Na segunda-feira eles se reúnem mais uma vez em frente da sede administrativa da Sanepar e 50% dos trabalhadores podem cruzar os braços. Se a greve for deflagrada, Gerti disse que vai afetar todos os setores da empresa, desde o administrativo até os trabalhadores que fazem o tratamento de água e esgoto.

A data-base da categoria é o mês de março. Os trabalhadores começaram pedindo 20% de reajuste, relativos às perdas dos últimos dez anos, mas a Sanepar havia oferecido apenas a inflação de 2006 (3,12%). Diante da ameaça de greve dos servidores, a empresa melhorou a proposta, mas também foi rejeitada pela categoria, que não quer abrir mão do aumento linear de R$ 224. 

Voltar ao topo