Curtiba é a sétima capital em obesidade de adolescentes

Curitiba está em 7.º lugar entre as capitais em quantidade de adolescentes obesos. 7,3% do total de estudantes na faixa etária dos 13 aos 15 anos ouvidos na pesquisa em Curitiba estão nessas condições.

Este é apenas um dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009 (PeNSE), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O problema do sobrepeso também foi verificado, e neste quesito Curitiba ficou em 3.º lugar em relação ao sobrepeso nos frequentadores de escolas particulares. O IBGE constatou que 23% dos estudantes brasileiros na faixa etária pesquisada estão acima do peso.

Os pesquisadores do PeNSE 2009 visitaram 1.453 escolas brasileiras e registraram peso e altura de 58.971 estudantes. As cidades com o maior número de adolescentes obesos são Porto Alegre (10,5%) e Rio de Janeiro (8,9%). As cidades com menos jovens obesos são Palmas (4,0%) e São Luís (4,3%).

O IBGE também divulgou ontem a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que traz informações sobre antropometria e estado nutricional. Um dos dados que mais chama a atenção é que 49% da população com mais de 20 anos de idade está acima do peso.

De acordo com a pesquisa, o excesso de peso em homens subiu de 18,5% para 50,1%, em 2008-2009, e o das mulheres que era de 28,7%, foi para 48%. Neste cenário, a região Sul do Brasil teve destaque, apresentando os maiores percentuais de obesidade no ranking: a evolução do excesso de peso no Sul passou de 4,7% para 27,2% para os adolescentes do sexo masculino, e de 9,7% para 22,0% para as meninas.

A endocrinologista e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Rosana Radominski, avalia que o estilo de vida (alimentação errada e sedentarismo) é o principal fator que leva ao problema.

“A ingestão de gorduras e de alimentos refinados é cada vez mais crescente. O tempo na frente da TV ou do computador aumentou e, consequentemente, o tempo livre para atividades físicas diminuiu”, afirmou.

O nutricionista Especialista em Fisiologia, Ney Felipe Fernandes, tem a mesma opinião. “Os pais devem orientar os filhos a fazerem exercícios pelo menos uma hora por dia”, comenta. Segundo ele, as meninas na faixa etária dos 15 aos 18 anos que são atendidas em seu consultório são as que mais acabam desistindo das dietas.

Percepção sobre o corpo

Outro dado que chamou a atenção na PeNSE foi em relação à percepção errônea que o adolescente tem do seu próprio peso ou estrutura corporal. Em todo o País, 35,8% das meninas com peso normal se consideram gordas. Apenas 21,5% dos meninos pensam dessa mesma forma.

Na avaliação do psiquiatra especialista em transtornos alimentares e que atua no Ambulatório de Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo e no Hospital de Clínicas de Curitiba (HC), Glauber Higa Kaio, essa percepção do jovem é preocupante.

“Serve como alerta para os pais para que prestem mais atenção se os filhos não estão tendendo a ter transtornos alimentares”, alerta. Entre os transtornos estão a anorexia e bulimia nervosas, além do transtorno da compulsão alimentar periódica.