Curitibanos recuperam os túmulos de parentes

Muita gente aproveitou o dia de ontem para obras de reparo e pintura nos túmulos dos quatro cemitérios municipais de Curitiba (São Francisco de Paula, da Água Verde, do Boqueirão e de Santa Cândida). Ontem era o último dia para que este tipo de trabalho fosse realizado, antes do feriado de Finados, no domingo, 2 de novembro. Mas as pessoas tem até amanhã para realizar a limpeza.

Sílvia Maria Junqueira, de 38 anos, e suas duas irmãs cumpriram o ritual que repetem todos os anos. Ontem, no Cemitério São Francisco de Paula, estavam munidas com baldes e produtos de limpeza para cuidar do mausoléu que abriga vários entes da família, incluindo tataravós, bisavós, avós, tios, pais e irmão. Elas dizem que manutenção no local é feita sempre a cada três meses e agora realizam a mesma rotina para o feriado de finados. Nestas ocasiões costumam lembrar momentos que viveram com alguns entes ou lembram histórias que ouviram sobre outros.

Adelaide Azevedo, 84, vai quase todos os dias ao São Francisco de Paula. Ela é uma das responsáveis pelo túmulo de Maria Bueno. Há 18 anos executa este trabalho, recebe os visitantes entregando orações e organiza o mausoléu. Conta que, quando era pequena e morava na Avenida Vicente Machado, ia com seu pai a pé ao cemitério. No caminho, costumava ver as pessoas com velas e flores no local onde a moça foi morta. “Eu perguntava o que estava acontecendo e papai explicava que ali tinham matado uma moça. Hoje eu estou aqui cuidando do seu túmulo”, diz. Ela ainda não fez nenhum pedido a Maria Bueno. “Mas tenho certeza que quando eu precisar, ela vai me atender”, diz.

Algumas empresas também aproveitam a época para faturar mais. Luciane de Jesus é dona de uma empresa que realiza diversos serviços, desde funerais até obras e limpeza de túmulos. Ela conta que perto de feriado de Finados o movimento aumenta 10%. Mesmo assim, reclama que muita gente tem preferido realizar o serviço por conta própria. “A empresa tem 50 anos, há 10 tivemos que também entrar no ramo da construção civil”, diz.

Pesquisa

O coordenador estadual do Procon, Algaci Túlio, está orientando a população para pesquisar os preços antes de comprar flores e velas. “Os preços apresentam variação entre os diversos tipos de flores e também de estabelecimentos para estabelecimentos”, lembra. Ele salienta ainda que o consumidor deve levar em conta, na hora da sua aquisição, que há flores vendidas em maço, buquês e por unidade. Cada um deles influencia no preço final. No domingo os quatro cemitérios municipais vão manter o horário de visitação normal, das 7h às 18h.

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