Curitibano monitora programa de Lula

O curitibano Wilson Santos Kobayashi, de 18 anos, segue hoje para Brasília para participar do lançamento do Plano de Ação para a Infância e a Juventude do governo Lula. Ele também vai integrar uma rede nacional formada por trinta adolescentes, que vão ter a tarefa de monitorar as ações públicas nessa área. Wilson foi escolhido devido aos trabalhos que já realiza com jovens na sua comunidade, com apoio do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (Iddhea) e patrocínio da Petrobras.

Wilson foi o único parananense convidado para o evento e promete cobrar medidas públicas para melhorar a qualidade de vida dos jovens. Em Brasília, ele também participa do I Encontro Nacional da Rede Sou de Atitude que vai atuar monitorando as ações públicas para a área. Trabalho que ele já sabe muito bem o que é. Ele foi um dos quatrocentos jovens que participaram desde o fim do ano passado do projeto Sou da Paz desenvolvido pelo Iddhea. O instituto tem usado a cultura do hip-hop para seduzir os adolescentes e disseminar a cultura da paz. “Se você quer trabalhar com o jovem precisa respeitar o que ele gosta. A partir daí, discutimos com ele questões de direitos humanos e cidadania”, diz o presidente do instituto, Paulo Pedron. Segundo ele, o poder de mobilização desta cultura é grande. Ele cita uma pesquisa que aponta que de cada dez jovens curitibanos, sete têm interesse pelo segmento.

E foi exatamente assim que aconteceu com Wilson. Ele já tinha simpatia pela cultura e por meio do projeto tornou-se um DJ, fazendo apresentações em seu bairro, o Tatuquara (zona sul). Mas o mais importante é que ele se tornou referência no local onde mora e tem promovido diversos trabalhos procurando elevar a auto-estima dos jovens e da própria comunidade. Entre as atividades, desataca-se a organização de festas para arrecadar brinquedos para crianças carentes para o Natal e, também, projetos para melhorar o espaço físico das escolas. O último foi realizado em um colégio do bairro, que mostrou para os alunos a diferença da pichação e da grafitagem. Uma pessoa da comunidade até se propôs a ensinar a arte a quem quisesse.

Wilson também destaca um outro ponto importante do seu trabalho. Nas atividades ele procura convidar pessoas de diferentes lugares para estimular a amizade. “Geralmente as brigas ocorrem entre pessoas de bairros diferentes, porque não se conhecem, por isso promovemos a amizade”, frisa. “Mostramos que esse tipo de briga é coisa de tribo atrasada.” Segundo ele já está mais fácil andar nas ruas do bairro durante a noite.

Rafael Luciano Reschwamm Cavalcante, 17, também é outro exemplo. Em seu bairro, tem desenvolvido minioficinas de hip-hop, atraindo os jovens e transmitindo valores. Ele e amigos até cultivam um projeto ambicioso, criar a Casa do Hip-Hop. O Iddhea também desenvolve outros projetos e conta hoje com mais de 40 educadores.

Voltar ao topo