Curitiba recebeu 300 t de lixo que causa câncer

Curitiba já recebeu trezentas toneladas de solo contaminado com produtos cancerígenos de Cubatão (SP) – entre os quais pó-da-china – desde que foi consedida pelo IAP a licença para armanezar lixo tóxico no aterro industrial da Essencis, multinancional francesa instalada na Cidade Industrial. A informação foi fornecida ontem, por técnicos do IAP, aos vereadores Jorge Bernardi (PDT), que coordena a Comissão de Representação instalada na Câmara Municipal para acompanhar o problema do lixo tóxico e o vereador Adenival Gomes (PT).

Segundo dados divulgados na reunião, a autorização para trazer lixo tóxico para Curitiba foi requerida em 7 de novembro, sendo aprovada pelo IAP em 21 do mesmo mês, tendo sido suspensa em 16 de dezembro. A suspensão ocorreu quando houve a denúncia de que no solo contaminado haviam produtos com cloro, tipo hexaclobenzeno, que afeta a fertilidade e causa câncer, pentaclorofenol (pó-da-china), que afeta o sistema imunológico, Tetracloetileno, que afeta o fígado e rins, e 1,2 Dicloetano, que afeta o sistema nervoso e causa câncer.

Os dois vereadores estiveram reunidos com o diretor de recursos ambiental do IAP, João Carlos Diana e o engenheiro quimico, Altamir Carlos Lopes, da Câmara Técnica do órgão, que deu a licença para a vinda dos produtos tóxicos. Segundo os técnicos do IAP, foi autorizada a vinda de 20 mil toneladas de solo contaminado de Cubatão, o que equivale a cerca de 666 carretas de 30 toneladas cada uma. A empresa Essencis deverá receber para armazenar este solo contaminado cerca de R$ 6 milhões, ou seja, R$ 300,00 por tonelada. Esses produtos poderão contaminar o meio ambiente por centenas de anos, segundo os próprios técnicos.

Também segundo o IAP, o único produto informado pela multinacional ao solicitar a liberação da licença foi o tetracloetano, os demais produtos denunciados não constam do pedido de licenciamento. Coordenador da Comissão de Vereadores da Câmara, Jorge Bernardi pretende nos próximo dias reunir seus colegas para fazer uma visita s instalações da Essencis na Cidade Industrial. Também vai requerer ao novo secretário do Meio Ambiente, Luiz Carlos Cheida, que suspenda imediatamente a vinda para Curitiba do lixo contaminado de Cubatão.

Agrotóxicos

A coordenadora de Estudos e Padrões ambientais do IAP, Ana Cecília Nowak, explicou que suspensão da autorização aconteceu quando houve a suspeita de que o solo contaminado continha agrotóxicos. “A indicação inicial era de que o solo era contaminado com solventes, o que é normal o armazenamento em Estados diferentes do local da produção. Quando soubemos dos agrotóxicos, suspendemos a vinda”, contou, destacando que agora estão esperando a manifestação de órgãos ambientais de São Paulo, para verificar qual produto realmente contamina esse solo.

Secretaria faz balanço dos 8 anos

Lawrence Manoel

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente apresentou ontem o resultado do trabalho feito em relação aos resíduos sólidos no Paraná nos últimos oito anos. O número de aterros sanitários no Estado aumentou de dois em 95 para 188 agora. Desses, 120 com participação do governo e contrapartida do município. Hoje, 78% da população já pode contar com o armazenamento correto de seus resíduos.

Na área rural, o Paraná que tem uma estimativa de consumo de 15 milhões de embalagens de agrotóxicos por ano, desenvolveu junto com as revendedoras do produto, um esquema capaz de recolher e levar esse material para fora do Estado onde será reciclado. “Além disso, o programa Paraná Limpo possibilitou a educação de 2,2 mil crianças sobre o uso de agrotóxicos. Com a recomendação e as explicações de que o melhor sempre é não usá-los”, salientou a coordenadora de Resíduos sólidos da SEMA, Carolina Eisenbach de Oliveira Fortes. Quanto aos resíduos industrias o Paraná realizou este ano um inventário com 570 empresas para indentificar os problemas.

Voltar ao topo