CRM vistoria Hospital e Maternidade Pinhais

O Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná, realizou ontem uma vistoria técnica no Hospital e Maternidade Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O órgão foi até o local após uma denúncia anônima, recebida por O Estado, que apontava a contratação de estudantes de Medicina, médicos formados em outros países e profissionais sem o registro no CRM. Assim que recebeu a informação, o jornal a repassou para a instituição competente.

A denúncia que chegou a O Estado indicava uma lista de doze pessoas que exerceriam ilegalmente a profissão de médico no hospital, fazendo atendimentos no Pronto-Socorro e auxiliando em partos e cirurgias. Os nomes foram repassados ao CRM, que verificou que nenhum deles tinha registro no órgão. Por isso o CRM fez uma visita técnica ao hospital.

O médico fiscal solicitou que o estabelecimento entregasse até o final da tarde de ontem uma lista com os nomes de todos os funcionários, e qual a relação deles com o hospital, o que não foi cumprido pela direção. Segundo as informações colhidas com os empregados do próprio hospital, existiriam estudantes e médicos formados em outros países – mas que teriam CRM -, que já haviam atuado no estabelecimento. O conselho vai instaurar uma sindicância para analisar as informações obtidas sobre o caso.

O CRM também informou que a delegacia de Pinhais já estaria investigando a situação, pois teria pedido listas de funcionários e procedimentos médicos realizados pelo hospital. De acordo com o superintendente da delegacia, Valmir de Córdova Bicudo, o hospital está sob investigação há três meses por causa de uma denúncia de que três médicos estariam exercendo atividades com o CRM de um quarto profissional. O Estado tentou ouvir a direção do hospital e maternidade, mas até o fechamento da edição os telefonemas da reportagem não foram respondidos.

Riscos

O presidente do CRM no Paraná, Hélcio Bertolozzi Soares, explica que existe uma grande preocupação quanto aos falsos médicos, pessoas que atuam na profissão sem formação ou médicos que se formaram em outros países e que não possuem o diploma validado no Brasil. ?Uma pessoa que se passa por médico pode arriscar a vida de outra. É do direito do paciente ter acesso a um receituário com nome, carimbo e número do registro no CRM?, sinaliza.

Quando há uma denúncia, o conselho imediatamente faz a checagem da informação. Se for comprovado o exercício ilegal da profissão, as polícias Civil e Federal são acionadas, pois a prática irregular configura crime. Os responsáveis pelo hospital onde estas pessoas trabalham podem ser denunciados. Responderiam a um processo ético no CRM, o que renderia uma punição, desde advertência até a suspensão do diploma de Medicina. ?Em todo o Brasil, cada vez mais o nosso meio encontra os falsos médicos. Quando isso acontece, tomamos todas as medidas legais?, garante Soares.

Os pacientes que desconfiarem que o médico não possui registro no CRM ou não é formado devem fazer uma consulta ao site do conselho (www.crmpr.org.br) ou entrar em contato diretamente com o CRM (Rua Victório Viezzer, 84 – Vista Alegre – telefone 41 3240-4000).

Voltar ao topo