Crianças hospitalizadas recebem paraolímpicos

As mães e as crianças internadas no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, tiveram ontem uma lição de esforço e superação. Elas receberam a visita de atletas paranaenses que vão participar das paraolimpíadas em setembro, em Atenas. São pessoas que conseguiram transformar a adversidade em um novo modelo de vida, cheio de vitórias. O triatleta olímpico Juraci Moreira, que também ia visitar as crianças, não compareceu.

A história dos atletas é uma aula de força de vontade: José Afonso Medeiros teve um tipo de paralisia, já adulto. Transformou o problema em uma medalha de ouro nos 50 metros nado borboleta, nas paraolimpíadas de Atlanta, em 1996. Ele conta que via na natação apenas uma forma de reabilitação, mas foi incentivado a treinar para participar de competições: “A gente não pode se abalar com as coisas que acontecem. É preciso buscar na vida uma solução”. Quando não está competindo, Medeiros trabalha como engenheiro.

Outro atleta da natação é Fabiano Machado. Ele teve um tumor ósseo e precisou amputar uma parte da perna. Um professor viu o seu desempenho na água e o incentivou a procurar as competições. Nas últimas paraolimpíadas, em Sydney, foi medalha de bronze. “Este ano vou brigar por três medalhas”, adianta.

As mães gostaram da visita e prestavam muita atenção na história de cada um. Laureci Alves Ribeiro, que tem a filha internada há uma semana, chegou a se emocionar: “Eles transmitem esperança”, disse. As crianças também estavam contentes com a presença dos esportistas e entregaram desenhos, com mensagens de incentivo. Jonathan Cristiano Augusto Moraes, 14 anos, gosta de esportes, e incentivou: “Que eles se saiam bem e tragam muitas medalhas para o Brasil”. Silvana Cordeiro, 13 anos, também desejou boa sorte e falou sobre uma lição que às vezes é esquecida pelos adultos: “A gente tem que aceitar as pessoas como elas são”.

Presente

Os atletas deixaram como presente uma camiseta autografada, para ser revertida em verba para o hospital. Alguns deles são beneficiados pela lei municipal de incentivo ao esporte. Desde julho de 2002, essa lei já aprovou 771 projetos, e repassou mais de R$ 3,3 milhões para atletas e instituições. Em contrapartida eles devem realizar atividades de cunho social.

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