Criação de áreas de preservação de araucárias gera protestos

A criação de cinco áreas de preservação ambiental para proteger a mata de araucária está dando o que falar no Estado. Vários setores da economia se dizem prejudicados e afirmam que parte das terras a serem desapropriadas são produtivas e só em Ponta Grossa. Hoje a tarde, eles fazem uma manifestação em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba.

Menos de 1% é o que resta da mata das araucárias em todo o Estado. Para reverter essa situação, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) criaram uma força-tarefa, que desde 2003 percorreu o Paraná e Santa Catarina à procura de remanescentes da floresta. Os estudos apontam a possibilidade de se criar cinco áreas de proteção no Estado, sendo que três delas ficam na região dos Campos Gerais.

Segundo a superintendência do Ibama em Curitiba, Ana Lizete Farias, a criação das áreas quase triplica o tamanho da mata das araucárias no Estado. Sobem de 63 mil hectares para cerca de 160 mil, no entanto, ainda não chegam a 1% do que existia no Paraná e no Estado vizinho. Ana comenta que o governo já reservou o dinheiro para as desapropriações e só falta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinar o decreto. O que é esperado ainda para este mês. ?Dificilmente haverá volta?, opina.

Mas se o meio ambiente sai ganhando, vários setores da economia batem o pé e apontam prejuízos em cadeia. Segundo um estudo do escritório regional da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (Setp), vai ocorrer na cidade um aumento de 25% no índice de desemprego. ?O que resulta entre 30 e 35 mil pessoas sem trabalho?, fala o coordenador regional da Setp, João Barbiero.

Outro problema está relacionado aos investimentos. ?O potencial econômico dos Campos Gerais será drasticamente afetado com a desapropriação de áreas produtivas abrangidas pelas novas unidades de conservação do governo federal?, observa Barbiero. A Câmara Técnica da Agricultura e Pecuária de Ponta Grossa aponta um prejuízo anual de R$ 80 milhões.

Hoje, o secretário de Florestas e Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, deve se reunir com o governador Roberto Requião e o secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, para conversar sobre o assunto.

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