Nas creches municipais de Curitiba (Centros Municipais de Educação Infantil – CMEIS) o incentivo à leitura começa muito cedo, a partir dos 4 meses de vida, para as crianças atendidas nos berçários. Ainda de fradas, meninos e meninas aprendem a gostar dos livros, manuseá-los e ouvir histórias. São estratégias da Prefeitura de Curitiba adotadas na educação infantil para garantir melhor aprendizagem para as crianças.
"Curitiba tem o melhor ensino público do país porque a atenção e os investimentos na educação são prioridades da administração. Sabemos que crianças que recebem um bom atendimento na educação infantil terão melhor desenvolvimento quando chegarem ao ensino fundamental", diz o prefeito Beto Richa.
Ampliar as ações de literatura nos CMEIs é parte das ações adotadas pela Prefeitura, desde 2005, para reformular a proposta pedagógica da educação infantil. As ações assistencialistas foram substituídas pelo ato de educar. Além de novas diretrizes curriculares, capacitação das educadoras e formação das equipes dirigentes das creches, a Prefeitura está investindo para manter atualizados o acervo de aproximadamente 24 mil livros divididos entre os 157 CMEIS.
Com o exercício da leitura, feito pelas crianças das turmas de pré ou simplesmente ouvindo as histórias contadas pelas educadoras, as crianças começam a formar a postura de leitores, a desenvolver a compreensão de mundo e preparam-se para o importante aprendizado da escrita.
Livros adaptados – Para aproximar as crianças dos livros, os CMEIs têm acervos que garantem um mínimo aproximado de 150 livros para cada criança. São livros adaptados para a faixa etária, de plástico, tecido ou borracha, com capa dura, muitas ilustrações e de fácil manuseio.
"A criança que ouve histórias lidas ou contadas desde muito pequena tem maior imaginação e criatividade, comunica-se melhor, elabora hipóteses sobre as coisas que vivencia, é mais observadora", diz a Secretária Municipal da Educação, Elonora Bonato Fruet.
A maioria das unidades tem cantos ou espaços dedicados às atividades de leitura e contação de histórias, e todas as educadoras são incentivadas pela Secretaria Municipal da Educação a desenvolverem projetos sobre o tema com as crianças, já a partir do berçário.
Um exemplo é o projeto de literatura desenvolvido no CMEI Osny Dacol, na Vila Autódromo. As 265 crianças, de 4 meses a 5 anos, atendidas na unidade participam de diferentes atividades que envolvem toda a equipe, das educadoras e pedagogas até a direção do CMEI.
Um vez por semana, seis educadoras carinhosamente conhecidas como "condutoras de aventuras", são as responsáveis pelas atividades de literatura. As crianças deixam suas salas e vão até o "Cantinho Literário", um espaço com almofadas, tapete de borracha colorida, paredes desenhadas com personagem de histórias infantil e muitos livros ao alcance das mãos.
O trajeto até ao lugar que se tornou um dos preferidos das crianças no CMEI é feito a bordo do "Expressinho Literário", um ônibus de madeira, construído pelo pai de uma das crianças, que circula por toda a unidade antes de deixar as crianças no destino final.
"Está é a forma que encontramos para tornar divertida a atividade com as crianças. Com o projeto, além de iniciarmos o comportamento leitor e criar a base para a formação de adultos conscientes, incentivamos as crianças a cuidar e valoriza os livros", diz a diretora do CMEI, Aline Pinto Beltramin da Silva.
A turminha do berçário não fica de fora, mas a atividade é dentro da sala, com a supervisão das educadoras que lêem os livros ou fazem a contação de história com a ajuda de fantoches. Logo que aprendem a sentar, as crianças passam a manusear os livros, com materiais especiais e escolhidos especialmente para exata fase. O colorido das figuras e a textura do papelão, tecido, plástico ou borracha, servem como convite ao aprendizado dos futuros leitores.
A diretora do departamento de educação infantil da Secretaria Municipal da Educação, Ida Regina Miléo, defende a proposta de incentivo a literatura ainda para os bebês. "Quando a criança interage com diferentes histórias, além de construir um comportamento leitor, ela tem acesso as mais diversas possibilidades humanas. São componentes que farão diferença na continuidade de suas aprendizagens", diz Ida.