Desassistidos

Creche do Hospital Evangélico encerrará as atividades

O Hospital Evangélico de Curitiba vai encerrar as atividades da creche que atende a filhos de funcionários a partir de janeiro. A medida vai deixar 93 crianças desassistidas e outras 77 que estavam na fila de espera, sem perspectiva.

Os funcionários foram pegos de surpresa e estão em desespero. “Todo mundo ficou sem chão. Muitas mães não têm condições de pagar uma creche, de pagar alguém para ficar com o filho e sem tempo para encontrar uma solução”, relata uma colaboradora do hospital, que prefere não se identificar.

Sem muitas informações sobre as mudanças, em razão da crise que o hospital vive, muitos servidores estão preocupados. “Estão todos perdidos, alguns que estão na creche devem ser mandados embora, outros ficarão no hospital. Está um transtorno desde que eles anunciaram”, reclama outra funcionária, pedindo anonimato.

Em nota oficial, a direção do hospital informa que o fechamento da creche é consequência da não concessão de um novo alvará para funcionamento, emitido pela Prefeitura de Curitiba.

Em contrapartida, o hospital vai oferecer um auxílio financeiro aos servidores, passando a atender todos que têm filhos e não somente aqueles que já estavam na creche. O benefício será estendido aos pais que estavam na fila de espera também.

“A instituição concederá aos colaboradores auxílio financeiro, de modo a atender na integralidade dos funcionários com crianças, fato que não ocorria até o momento, por falta de espaço físico”, cita a nota.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) não está muito seguro das mudanças, principalmente em relação ao auxílio financeiro.

A preocupação é que o valor seja muito abaixo do que seria necessário para manter uma criança em uma creche particular. E se a oferta não for perto do valor de mercado, o caso pode acabar na Justiça.

“Vamos fazer levantamento dos valores, para chegar mais próximo possível, para poder assinar este acordo. Se não conseguirmos, vamos acionar eles judicialmente”, explica o diretor de finanças do Sindesc, Natanael Marchini.