Corpo de Bombeiros alerta para o perigo das queimadas

Uma singela bituca de cigarro, jogada irresponsavelmente à beira da rodovia, pode ter motivado a queima da vegetação rasteira registrada anteontem de manhã no Contorno Sul, próximo à Vila Barigüi 2, em Curitiba. De acordo com o relações públicas do Corpo de Bombeiros (CB), tenente Renê Ferreira Muchelim, a prática é mais comum do que se imagina e engrossa as estatísticas do CB: apenas no período de 15 a 22 de agosto, foram registradas 48 ocorrências de queimadas em Curitiba e Região Metropolitana. O perigo maior está nessa época do ano, quando o clima está mais seco.

“O período de junho a agosto é o pior, porque são registradas grandes geadas, que matam e ressecam a vegetação, deixando-a mais vulnerável”, alerta. Segundo dados do CB, em 2001 foram registrados 3.102 incêndios florestais em todo o Paraná ? a maioria (2.921) em vegetação rasteira. No ano anterior, foram 5.618 ocorrências, das quais 5.330 também em vegetação rasteira. “Felizmente o grande número de incêndios se dá em vegetação rasteira e nas áreas urbanas e não nas florestas nativas”, comenta.

De acordo com o tenente, além das bitucas de cigarro, caçadores ou pescadores também podem provocar incêndios. A prática de queimadas por parte dos agricultores, na intenção de preparar o terreno, é outro fator que engrossa os números. Por último, fenômenos naturais, como raios, podem desencadear o princípio de um incêndio.

Além do perigo de o fogo se alastrar e atingir residências, o tenente do CB chama a atenção para a densa fumaça que o incêndio produz. “A fumaça acaba até provocando acidentes. Ou seja, o motorista se torna vítima da própria negligência”, sentencia.

Com relação aos danos ambientais, o biólogo e doutor em Engenharia Florestal, Ricardo Brites, conta que as queimadas trazem três conseqüências imediatas ao meio ambiente: degradação das florestas, degradação do solo e emissão de gás carbônico na atmosfera. “A própria fumaça é prejudicial à saúde”, lembra. Segundo ele, não basta apenas conscientização. “É preciso haver ações mais efetivas, como oferecer outras alternativas para os agricultores que insistem em queimar a vegetação para preparar o terreno.”

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