Copel diz que não repassará reajuste de 12,98%

A Copel confirmou por meio de sua área de comunicação que não repassará o reajuste tarifário médio de 12,98%, autorizado hoje pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como disse no início da semana passada o governador do Paraná, Roberto Requião. Segundo a empresa, a política é de que o aumento tenha efeito nulo para os consumidores do Estado este ano, conforme determinação do governo do Paraná, acionista controlador da estatal.

Hoje pela manhã, a Aneel aprovou aumento de 11,50% na conta de luz para residências e comércio e alta entre 14,39% e 18,44% para os clientes de alta tensão, como indústrias. Em razão da crise econômica, a Copel solicitou à Aneel a aplicação de um índice menor e que a diferença entre o porcentual aplicado nas tarifas e o valor integral aprovado pela agência seja repassada nos próximos reajustes da concessionária, por meio da constituição de um ativo regulatório. Esse pedido, no entanto, foi negado pela Aneel, sob o argumento que a tarifa definida pelo regulador é o teto, e que é facultado à concessionária cobrar tarifas inferiores às homologadas pela agência. A autarquia também negou o pleito para evitar que essa postergação no aumento da conta de luz implicasse em um impacto maior para os consumidores nos próximos reajustes da concessionária.

De acordo com um analista de um grande banco que preferiu não ser identificado, o fato de a Aneel ter negado o pedido da Copel para recuperação futura do reajuste de 2009 é negativo para a empresa. Isso porque a estatal não terá como recuperar a receita perdida no período em que não aumentou a tarifa aos seus consumidores. Ontem, a companhia convocou uma Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada em 23 de julho, para discutir os critérios para aplicação do reajuste de 2009.

Essa não é a primeira vez que a Copel toma a decisão de não repassar aos seus clientes a alta na conta de luz. No reajuste de 2003, a Aneel autorizou um aumento médio de 25,27% para as tarifas da concessionária. Disso, 15% foram repassados apenas em janeiro de 2004, e o restante em junho de 2004. Se a mesma estratégia for repetida este ano, por exemplo, a estatal deixará de arrecadar toda a receita extra, advinda do reajuste, no segundo semestre de 2009.

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