Contorno ferroviário será iniciado no próximo ano

As obras de execução do Contorno Ferroviário Oeste de Curitiba, numa extensão de 44 quilômetros, devem ser iniciadas no começo do próximo ano, mas sob responsabilidade do governo do Estado. Depois de dois anos de espera, o trecho que corta 12 bairros vai desviar o ramal de dentro da capital para a região Oeste da cidade. A obra irá beneficiar cerca de 250 mil moradores que vivem nas proximidades dos trilhos e que há anos reivindicavam a retirada da linha. Essa decisão foi anunciada ontem pela Secretaria Especial para Assuntos da Região Metropolitana.

O secretário Edson Luiz Strapasson informou que, durante um encontro em Brasília, na semana passada, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes Terrestres (Dnit), órgão do Ministério dos Transportes, deixou claro que assim que o convênio para execução da obra com a Prefeitura de Curitiba terminar, no final do ano, uma nova parceria será firmada, dessa vez com o governo estadual. O projeto original, depois de encaminhado pela prefeitura, será submetido ao Ministério dos Transportes e ao Instituto Ambiental do Paraná. O contorno vai interligar os municípios de Rio Branco do Sul, Almirante Tamandaré, Campo Largo e Araucária, passando por algumas propriedades rurais. O trecho que permanecer em Curitiba será incorporado ao patrimônio histórico.

O projeto, inicialmente firmado entre os governos federal e municipal, está parado há dois anos. As obras não puderam ser iniciadas em 2002 pela falta de licenciamento ambiental, que seria disponibilizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pela não desapropriação das áreas nos outros quatro municípios da região. Na época, a administração municipal já tinha feito a concorrência de licitação para a construção do desvio, mas esbarrou na questão ambiental. O contorno estaria previsto para cortar duas áreas de proteção ambiental: a do Rio Passaúna e a do Rio Verde.

A área que abrange o Rio Passaúna também tinha sido desapropriada pelo governo anterior. No entanto, neste ano, o governador Roberto Requião anulou o decreto que garantia a desapropriação, porque a área não apresentava um estudo prévio do IAP. “Esse é o único caminho possível para o desvio. O instituto vai fazer esse estudo para que o contorno possa ser realizado, e acreditamos que não haja risco na construção da linha”, afirmou o secretário.

O projeto original estava estimado em R$ 86 milhões. Para o ano que vem, Strapasson acredita que o valor seja aumentado para cerca de RS$ 100 milhões. “Os valores terão que ser atualizados, e todo o material que será utilizado para a construção do desvio é novo, diferente de dois anos atrás”, disse. “O mais importante é que toda a região vai ganhar com o contorno. Os moradores de Curitiba, que reclamavam da passagem de trens e do risco de acidentes, e as outras cidades, que estarão integradas economicamente por essa nova linha”, completou.

Prefeitura

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que ainda não foi oficialmente comunicada sobre a decisão do Dnit. Porém, confirmou que o convênio com o governo federal termina no dia 31 de dezembro, e até lá a parceria continua valendo.

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